Aeroporto Ben Gurion ( Foto: Shaul Golan )
Opinião: Israel não deve criar um precedente no qual os judeus da Diáspora sejam tratados como estrangeiros; o país precisa acordar e agir antes que o apoio e a confiança do povo judeu em todo o mundo no estado judeu acabe
Com a chegada da variante Omicron do coronavírus em Israel, o governo israelense tomou uma decisão radical de fechar suas fronteiras para todos os estrangeiros . Esta decisão insensivelmente iguala os judeus que vivem na Diáspora com os estrangeiros, negando-lhes a entrada em Israel, o Estado Judeu. Esta decisão apenas aumenta o abismo entre Israel e os judeus do mundo.
Os valores significativos e fundamentais são testados precisamente em momentos de crise. Devemos lembrar nossos valores e princípios.
A revolução sionista ocorreu nos últimos duzentos anos graças à engenhosidade dos judeus de todo o mundo, cuja devoção à Terra de Israel superou desafios materiais, doenças e ameaças à segurança.
O Estado de Israel foi estabelecido graças aos movimentos sionistas que atuaram na Diáspora e em Israel, ao longo dos anos. Esses esforços incluíram a abertura dos portões do país para que os judeus da Diáspora visitassem, aprendessem, experimentassem e se conectassem com Israel, preservando assim a entidade nacional do povo judeu em todo o mundo.
Judeus não são estrangeiros. Não devemos criar um precedente no qual o Estado de Israel trate nossos irmãos da Diáspora como estrangeiros. Nos últimos dois anos, as comunidades judaicas em toda a Diáspora expressaram frustração com as decisões de impedir os membros de sua comunidade de entrar em Israel e, em muitos casos, impedindo a reunião e reunificação de famílias.
Se o sionismo está na vanguarda de nossos valores, então devemos encontrar soluções criativas que sejam menos prejudiciais às relações entre o estado judeu e o povo judeu. Os ministérios do governo devem reunir e produzir critérios específicos para as circunstâncias em que os judeus podem ser autorizados a entrar em Israel, mantendo as diretrizes de saúde.
Assim como está claro para nós que os israelenses não podem ser impedidos de entrar em Israel simplesmente porque é sua casa, também devemos trabalhar para encontrar soluções para os judeus da Diáspora que buscam chegar a Israel, pois é sua casa também.
O Rabino Warren Goldstein, Rabino Chefe da África do Sul, expressou um sentimento de alienação dos judeus que vivem na Diáspora pelas recentes decisões do governo israelense: “Ao fazer o que está fazendo (negar a entrada em Israel para os judeus da Diáspora), o governo está dizendo: ' Você não faz parte de nós, nós não fazemos parte de você e nossas fronteiras estão bloqueadas para você. É uma desgraça moral ... "
הפגנת תמיכה בישראל במיאמי
Apoiadores de Israel em Miami ( Foto: Nadav Elkobi )
Ignorando as implicações das decisões que negam a entrada em Israel, o governo israelense tem contemplado um acordo sobre o Muro das Lamentações, como um "gesto" para os judeus da Diáspora.
É esta a questão mais urgente que desafia as relações Israel-Diáspora e deve ser tratada no meio desta pandemia global? Francamente, em vez de discutir sobre o Muro das Lamentações, precisamos ouvir as vozes dos líderes e comunidades judaicas na diáspora. Em vez de Israel falar em nome dos judeus da Diáspora, devemos ouvir suas preocupações urgentes.
É hora de percebermos que, embora COVID-19 persista, o apoio e a confiança de Israel pelos judeus ao redor do mundo podem não persistir. Israel deve acordar e agir para receber nossos irmãos antes que seja tarde demais.
Nerya Meir é escritor chefe do Departamento da Diáspora na Organização Sionista Mundial
