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A dignidade da diferença

A dignidade da diferença



Como evitar o choque de civilizações 
Autor: Jonathan Sacks 

O Rabino Sir Jonathan Sacks, um dos mais admirados pensadores religiosos de nossa época, faz um apelo em favor da tolerância em uma era de radicalismos. É claro e evidente o perigo para a humanidade no uso de justificativas religiosas para o terrorismo. Junto com as armas de destruição em massa, também as atitudes religiosas radicais ameaçam a segurança vital na Terra. Devemos aprender a nos sentir engrandecidos, e não ameaçados pela diferença.

Descrição

"A Dignidade da Diferença" é um apelo em favor da tolerância em uma era de radicalismos. Percebemos um claro e evidente perigo para a humanidade no aumento cada vez maior de tensões étnicas, nos embates entre as civilizações e no uso de justificativas religiosas para a prática do terrorismo. Quase sempre as páginas da história têm sido manchadas pelo derramamento de sangue em nome de Deus. Junto com as armas de destruição em massa, também as atitudes religiosas radicais ameaçam a segurança vital na Terra. Neste nosso mundo interconectado devemos aprender a nos sentir engrandecidos, e não ameaçados pela diferença.

Precisamos aprender a arte de dialogar da qual emerge a verdade, não como, nos diálogos socráticos, desmentindo a falsidade, mas, por meio do modo bem diferente, de permitir ao nosso mundo ser enriquecido pela presença de outros que pensam, agem e interpretam a realidade de maneira radicalmente oposta à nossa.

Precisamos dar atenção ao particular, e não apenas ao universal. Quando as civilizações universais entram em choque, o mundo estremece e se perdem vidas. Há muitas culturas, civilizações e crenças, mas Deus nos deu um mundo somente para nele vivermos juntos e esse mundo se torna cada vez menor.

Rabino Lord Jonathan Sacks foi Rabino-Chefe da Grã-Bretanha e Comunidade Britânica. Educado em Cambridge e Oxford, lecionou em universidades e liderou congregações na Inglaterra, em Israel e nos Estados Unidos, e era reconhecido como um dos maiores da nossa era. Faleceu recentemente, em novembro de 2020. 

Foi uma das maiores autoridades contemporâneas em moral e autor de Uma letra da ToráPara curar um mundo fraturadoCelebrando a VidaA dignidade da diferençaTempo futuro e Do otimismo à esperança - todos publicados no Brasil pela Editora Sêfer. 

Dele, estão disponíveis para download gratuito: Cartas para a próxima geração - Reflexões para Iom KipúrCartas para a próxima geração 2 - Reflexões sobre a vida judaica e A arte de questionar no blog da Editora e Livraria Sêfer.


Índice e trechos

Prefácio à segunda edição 
Prefácio à edição brasileira
Capítulo 1     Prólogo
Capítulo 2     Globalização e descontentamento
Capítulo 3     Exorcizar o espírito de Platão
Capítulo 4     Controle:  o imperativo da responsabilidade
Capítulo 5     Contribuição: o aspecto moral da economia de mercado
Capítulo 6     Compaixão: a ideia de tsedacá
Capítulo 7     Criatividade: o imperativo da educação
Capítulo 8     Cooperação: a sociedade civil e suas instituições
Capítulo 9    Conservação: a sustentabilidade ambiental
Capítulo 10   Conciliação: o poder de uma palavra para mudar o mundo
Capítulo 11   Uma aliança de esperança
Notas
Bibliografia

Prefácio

Prefácio à segunda edição

“A Dignidade da Diferença” é um apelo – o mais veemente possível – em favor da tolerância em uma era de radicalismos. Percebo um claro e evidente perigo para a humanidade no aumento cada vez maior de tensões étnicas, nos embates entre as civilizações e no uso de justificativas religiosas para a prática do terrorismo. Quase sempre as páginas da história têm sido manchadas pelo derramamento de sangue em nome de Deus. Junto com as armas de destruição em massa, também as atitudes religiosas radicais ameaçam a segurança vital na Terra. Neste nosso mundo interconectado devemos aprender a nos sentir engrandecidos, e não ameaçados pela diferença. É disso que trato aqui.
Da mesma forma que atraiu um grande interesse, a primeira edição provocou controvérsias na comunidade judaica, pois alguns sustentavam que certos trechos poderiam ser interpretados em contradição com a fé judaica. Eu me preveni a respeito dessa possibilidade deixando bem claro, no Prólogo, que escrevia na condição de um judeu ortodoxo, e, portanto, qualquer interpretação incompatível com as teses clássicas da fé judaica deve ser considerada incorreta.
Mas a advertência foi insuficiente. Alguns trechos, especialmente no Capítulo 3, foram mal compreendidos. Por esta razão, decidi reescrevê-los de modo a parecerem menos controversos. Como a tese central do livro é simples e, do ponto de vista judaico, colocado de forma a não sugerir controvérsias, o texto foi revisto englobando todas as questões não relacionadas à tese principal. Para aqueles interessados em estudar a fundamentação teológica do Capítulo 3, elaborei um resumo das fontes bíblicas e rabínicas, à disposição no nosso site www.chiefrabbi.org.
A questão discutida naquele capítulo – fundamental numa época ameaçada pelo choque de civilizações – trata de como a religião pode ser fator de paz muito mais do que fonte de conflito. Isso depende de como as crenças e culturas abrem espaço para o outro, aquele diferente da gente, cuja raça, cor e crença diferem da nossa. Será que a gente vê o “outro” como uma ameaça às nossas crenças e modos de vida, ou um instrumento para enriquecer a herança coletiva da humanidade? Eu tentei demonstrar como uma fé – o judaísmo – responde a essa questão: como, por meio de seu conceito de aliança dual – com a humanidade, depois do Dilúvio, e com um só povo, no Monte Sinai – procura conciliar com o universal (os direitos e deveres que partilhamos como seres humanos e o respeito pelo particular) as leis, costumes, narrativas, e tradições que fazem de nós mais isto do que aquilo, e que nos confere uma identidade própria, não universal.
O que faz do judaísmo algo significativo no contexto global é o fato de ter sido o primeiro monoteísmo do mundo, origem de sua própria fé e da qual surgiram o cristianismo e o islamismo. Se judeus, cristãos e muçulmanos discordam em várias coisas concordam em outras, entre elas a descendência comum, espiritual e biológica, de Abrahão. Para mim, se recuarmos até os primórdios e as raízes do monoteísmo bíblico, poderemos encontrar, para nossa surpresa, uma base teológica para o respeito à diferença, cujo fundamento não é o relativismo, mas o conceito da aliança.
No final da vida, Moisés libertou seu povo da escravidão, conduziu-o até o limiar da terra prometida e lhe propôs uma escolha definitiva: “Coloco diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe a vida e viverás com toda a tua descendência”. Esta é, ainda, a opção colocada para a humanidade. Vamos continuar sempre reapresentando os ódios do passado? Ou, desta vez, vamos fazer uma escolha diferente, em nome das crianças e do futuro delas? Nossa generosidade e nossa imaginação espiritual e moral devem crescer na mesma medida que a nossa capacidade de destruição.
Eu rezo para que esta afirmação se reproduza pelas vozes de muitas crenças.


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