Hamas e Fatah se comprometem a 'se unir' contra projeto israelense de anexação
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O Hamas e o Fatah se comprometeram, nesta quinta-feira (2), a se unir contra o projeto de anexação israelense de zonas da Cisjordânia ocupada, durante uma incomum entrevista coletiva conjunta dos partidos palestinos rivais.
"Vamos implementar todos os mecanismos para garantir a unidade nacional" contra o projeto israelense, afirmou o secretário-geral do Fatah, Jibril Rajub.
Ele disse se expressar em uma "única e só voz" nesta conferência com Saleh al-Aruri, dirigente do Hamas, que falou de Beirute, por vídeo.
"Afirmo que a posição da direção do Hamas é pelo consenso nacional. Esta entrevista coletiva conjunta é, por sua vez, uma oportunidade de iniciar uma nova etapa a serviço do nosso povo neste momento perigoso", acrescentou Aruri.
O Fatah, partido laico no poder na Cisjordânia, e o Hamas, movimento islâmico no poder na Faixa de Gaza, enfrentam-se desde 2007. Naquele ano, o Hamas assumiu o controle desse enclave palestino, ao fim de uma quase guerra civil um ano após ter vencido as eleições legislativas.
Em maio, líderes israelenses do governo e do Parlamento decidiram, em coordenação com Washington, que poderiam começar a partir de quarta-feira, 1º de julho, a extensão da soberania israelense aos assentamentos judeus e ao vale do Jordão na região da Cisjordânia, que pertence aos palestinos e é reivindicada por eles para a construção de seu futuro Estado.
Na quarta-feira, em uma demonstração de unidade palestina, cerca de 3 mil pessoas na Faixa de Gaza --incluindo membros do partido Fatah e do rival Hamas -- protestaram contra a anexação.
O governo israelense sinalizou que a anexação irá atrasar e poderá demorar semanas ainda. A maioria dos países, a União Europeia e a Organização das Nações Unidas (ONU) se opõem ao projeto israelense. "A anexação é ilegal. Ponto final", afirmou Michelle Bachelet, a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos.