Os israelenses comemoram
nesta quinta-feira o 40º. aniversário da lei que transformou Jerusalém na
capital do país, decisão que foi sempre contestada internacionalmente.
Os israelenses assinalam
esta quinta-feira o 40º. aniversário da lei que transformou Jerusalém na
capital do país, decisão que foi sempre contestada internacionalmente e cuja
polêmica ressuscitou com o reconhecimento dado pelos Estados Unidos em 2018. A lei,
adotada pelo parlamento israelense (Knesset) em 1980, foi aprovada na seqüência
da chamada Guerra dos Seis Dias, em 1967.
O conflito foi a mais
consistente resposta árabe à fundação do Estado de Israel, opondo este país a
um grupo formado pela Síria, o Egito, a Jordânia e o Iraque, apoiados pela
Arábia Saudita, o Kuwait, a Argélia e o Sudão, tendo sido derrotado por Israel.
Nessa altura, Israel
anexou a parte árabe da cidade (Jerusalém Oriental), tendo a lei que constituiu
Jerusalém como capital do país servido para ratificar a anexação, que é chamada
pelos israelenses de “reunificação”.
A iniciativa desencadeou
uma reação de protestos vigorosos por parte da comunidade internacional e dois
meses depois, em agosto de 1980, o Conselho de Segurança das Nações Unidas
considerava a lei como “nula de efeitos” e convidava os Estados-membros da ONU
a retirar as suas missões diplomáticas da Cidade Santa.
A maioria dos países já
tinha mudado ou mudou de imediato as suas embaixadas para Tel Aviv e Jerusalém
perdeu todas as representações diplomáticas em 2006, com a retirada das
embaixadas da Costa Rica e de El Salvador.
O caso ficou numa espécie
de “banho-maria” até dezembro de 2017, quando o Presidente norte-americano,
Donald Trump, anunciou a decisão de reconhecer Jerusalém como capital de
Israel.
A polêmica transferência
da embaixada norte-americana para a cidade que os palestinos também reivindicam
como capital de um futuro Estado foi marcada para maio de 2018, com o objetivo
de coincidir com o 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que é
também a véspera da “Nakba” (“catástrofe” em árabe), data que recorda a partida
forçada de milhares de palestinos em 1948.
As reações não se fizeram
esperar e os palestinos convocaram para esse 14 de maio um “Dia da Ira”, tendo
a Organização para a Libertação da Palestina considerado que a mudança
constituía “um desafio para a comunidade internacional e para as resoluções das
Nações Unidas”.
O anúncio da decisão de
Trump foi, no entanto, seguido por declarações semelhantes de outros países,
como a Guatemala, o Paraguai, a República Checa e as Honduras.
A maioria dos países,
incluindo Portugal, mantém as suas embaixadas em Tel Aviv.