Nas épocas mais recentes, as mulheres usam perucas, que às vezes são mais atraentes que o cabelo natural.
Portanto, usar peruca na verdade desvirtua todo o propósito de cobrir o cabelo ou de encobrir atrativos, porém esta é a definição do Judaísmo. Sob a perspectiva judaica, o recato nada tem a ver com o fato de ser não-atraente.
Ao contrário, a modéstia é um meio de criar privacidade. E é isso que uma peruca realiza.
Cobrir o cabelo jamais teve a intenção de deixar uma mulher casada feia. A beleza é um dom Divino, e a tradição judaica encoraja homem e mulher a cuidarem da aparência e a sempre parecerem apresentáveis. A tradição judaica também encoraja o recato; não para esconder a beleza, mas sim para canalizar a beleza e os atrativos para que sejam guardados ao lugar ao qual pertencem – dentro do casamento.
Ao cobrir o cabelo, a mulher casada faz uma declaração: "Não estou disponível, não estou aberta ao público. Até o meu cabelo, a parte mais óbvia e visível de mim, não é para os seus olhos."
Cobrir o cabelo tem um profundo efeito na mulher. Cria uma barreira psicológica, uma distância cognitiva entre ela e estranhos. Sua beleza torna-se visível porém discreta, ela é atraente mas inacessível.
A peruca atinge exatamente o efeito desejado, porque uma peruca permite que a mulher cubra todo o seu cabelo, enquanto mantém uma aparência atraente. Ela pode ficar orgulhosa da sua apresentação, sem comprometer sua privacidade. E mesmo se a peruca parecer tão verdadeira a ponto de ser confundida com cabelo natural, ela sabe que ninguém está olhando para a verdadeira ela. Assim cria um espaço particular, e somente ela decide quem vai entrar naquele espaço.
Talvez em outras religiões recato e beleza não se misturem. Esta não é a opinião judaica. A verdadeira beleza, a beleza interior, precisa de recato para protegê-la e permitir que floresça.
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