Seriam Davi e Salomão apenas chefes tribais de um pequeno grupo de israelitas ou líderes de um grande reinado?
Cento e vinte anos, três grandes reis: Saul, Davi e Salomão. Entre 1050 e 930 a.C., o Reino de Israel era a maior potência da região e conseguiu até mesmo fazer de vassalos os fenícios, que ajudaram a construir o grande Templo de Salomão. Após a morte desse rei, uma revolta dividiu os israelitas em dois — Israel, ao norte, com capital em Samaria, e Judá, ao Sul, sediado em Jerusalém.
Esse é o relato bíblico. Enquanto é claro que os dois reinos existiram e terminaram conquistados, os historiadores estão divididos quanto à existência de um grande reino. Seria improvável que uma nação assim não fosse notada pelos estrangeiros. Mas não parece ter sido.
E os registros arqueológicos são escassos. Para historiadores, como Israel Finkelstein e Neil Silberman, autores de The Bible Unearthed (A Bíblia Escavada, em tradução livre), Davi e Salomão existiram, mas não passaram de chefes tribais de Judá.
O Reino de Israel, ao norte, se desenvolveria de forma independente. O consenso estava com eles. O reino unificado e sua era de ouro seria uma criação dos autores da Bíbliano cativeiro babilônico.
Mas uma descoberta feita em 2017 reacendeu o debate. Um massivo complexo de mineração de cobre foi revelado no Vale de Timna, cerca de 300 quilômetros ao sul de Jerusalém. O arqueólogo Erez Ben-Yosef, da Universidade de Tel-Aviv, viu nisso a mais forte evidência de que existiu, sim, o reino unificado.
Mas a banca continua em aberto: na revelação, o historiador bíblico britânico Phillip R. Davies manifestou suas dúvidas, afirmando acreditar ser impossível qualquer reino do Levante dominar algo assim, e que os egípcios seriam os mais prováveis donos.
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