
Israel começou nesta segunda-feira (23) a distribuir licenças aos cristãos de Gaza para que eles possam ir a Belém e Jerusalém para celebrar o Natal, como tradicionalmente fazem todos os anos.
– Até agora recebemos 55 autorizações de entrada em Cisjordânia e Jerusalém dos 600 pedidos que enviamos ao lado israelense na semana passada – disse Kamel Ayad, porta-voz da Igreja Ortodoxa de Gaza, à agência EFE.
Ainda de acordo com Ayad, das 55 autorizações, três são para crianças, e 47 para adultos com mais de 60 anos.
– É possível que nas próximas horas consigamos as demais licenças – acrescentou.
A comunidade cristã em Gaza aguarda ansiosamente as licenças solicitadas para ir aos lugares sagrados e sair da atmosfera sufocante de Gaza. Por um lado, o território está sujeito a um bloqueio israelense há mais de uma década, e por outro vive sob o governo do movimento islâmico Hamas.
No domingo (22), o coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios, general Kamil Abu Rukun, que está à frente da instituição militar israelense que administra a ocupação do território de Gaza, informou que seriam “ampliadas as medidas civis em benefício da população cristã da Faixa de Gaza em reconhecimento das festas natalinas”.
– Como parte destas medidas, serão emitidas autorizações de entrada para Jerusalém e para a região de Judeia e Samaria (Cisjordânia) de acordo com as avaliações de segurança e sem considerar a idade (dos requerentes) – diz a nota.
A decisão foi tomada após queixas de líderes cristãos na Terra Santa, entre eles o administrador apostólico, o franciscano Pierbattista Pizzaballa, que considerou a falta de liberações como “um castigo adicional” para uma pequena comunidade “injustamente punida pelo bloqueio” imposto ao enclave desde 2007, quando o Hamas assumiu o controle da Faixa.
Pizzaballa mudou-se para Gaza na semana passada e lá celebrou uma missa em sinal de apoio à comunidade cristã, estimada em cerca de 900 pessoas, a maioria observadora do rito ortodoxo grego.
*Com informações da agência EFE