Judiaria de Évora |
Ainda persistem as marcas deixadas pelos judeus em Portugal. São vários os locais que pode visitar, de Norte a Sul do país, para explorar um pouco mais esta herança.
Os judeus em Portugal
Desde o fim do Império romano que uma comunidade pequena de judeus se instalou no território que hoje conhecemos como Portugal.
Desde o fim do Império romano que uma comunidade pequena de judeus se instalou no território que hoje conhecemos como Portugal.
À medida que o tempo passava a população judaica foi crescendo no país, devido à necessidade dos primeiros reis em povoar o território que ia sendo conquistado aos mouros. E sempre que esta comunidade ultrapassava mais de 10 judeus, eram criadas comunas ou aljamas, cujo centro organizacional era a sinagoga. Os sinos, para além de indicarem as horas de oração, forneciam-lhes informações que chegavam dos réus.
O crescimento do comércio de Portugal na Idade Média deve-se, em parte, aos judeus. Promovia financeiramente parte da população hebraica e o desenvolvimento do país. Isto levava a algum descontentamento por parte destes, pois os judeus acabavam por cobrar juros de empréstimos ou rendas mais elevadas aos demais.
Com o passar do tempo, as comunidades judaicas em Portugal continuavam a crescer. Isto devia-se à quase ausência de ideais antijudaicos no país, ao crescimento dos movimentos judeus em Espanha, e à sua expulsão de Andaluzia, e à abertura de novas rotas marítimas e comerciais descobertas pelos portugueses.
Protegidos por monarcas, muitos dos judeus - filósofos, humanistas, cientistas e mercadores, sapateiros, alfaiates ou tecelões - participaram ativamente em vários momentos importantes da História portuguesa, que ainda hoje perduram.
O Édito de Expulsão dos Judeus em Portugal, ocorrido em 1496, obrigou os mesmos à conversão ao catolicismo tornando-os cristãos-novos. Nesta época foram muitos os judeus que deixaram o país, mas muitos outros ficaram e mantiveram a sua fé em segredo. As marcas e inscrições simbólicas desses tempos podem ainda ver-se esculpidas em vários pontos de Portugal.
A herança judaica de Norte a Sul
Existem cerca de 29 locais portugueses, grande parte localizados no interior do país, onde é possível ver de perto a cultura judaica. Descobrir este legado em Portugal é uma das missões da Rede de Judiarias de Portugal – Rotas de Sefarad. Esta é uma organização que apresenta uma lista de 37 aldeias, vilas e cidades onde estas marcas estão presentes.
Destacamos as seguintes:
Belmonte
É uma das vilas onde a presença judaica se faz sentir mais. Esta vila pertence ao distrito de Castelo Branco e recebeu várias famílias judaicas a partir do século XVI.
Em 2005, foi inaugurado o Museu Judaico de Belmonte, um dos pontos turísticos mais importantes da região. Aqui, é possível explorar a história da população judaica na região e em todo o país.
É uma das vilas onde a presença judaica se faz sentir mais. Esta vila pertence ao distrito de Castelo Branco e recebeu várias famílias judaicas a partir do século XVI.
Em 2005, foi inaugurado o Museu Judaico de Belmonte, um dos pontos turísticos mais importantes da região. Aqui, é possível explorar a história da população judaica na região e em todo o país.
Évora
A Judiaria de Évora é uma das maiores e mais importantes judiarias de Portugal. Foi desenvolvida perto da grande praça da cidade. Aqui, vai encontrar portais ogivais góticos que, em tempos, pertenciam a casas de judeus.
Foi, também, em Évora que existiu uma das sete ouvidorias jurídicas, isto é, tribunais judaicos portugueses.
A Judiaria de Évora é uma das maiores e mais importantes judiarias de Portugal. Foi desenvolvida perto da grande praça da cidade. Aqui, vai encontrar portais ogivais góticos que, em tempos, pertenciam a casas de judeus.
Foi, também, em Évora que existiu uma das sete ouvidorias jurídicas, isto é, tribunais judaicos portugueses.
Bragança
Mais de 3.000 judeus expulsos de Espanha, em 1492, foram acolhidos em Bragança. A Rua dos Gatos foi uma das ruas de Bragança que mais judeus abrigaram na época.
Em junho de 2019, a cidade foi centro da cultura judaica durante cinco dias. Este foi um momento de reflexão sobre a memória e o património deixado pelos judeus em Portugal.
Mais de 3.000 judeus expulsos de Espanha, em 1492, foram acolhidos em Bragança. A Rua dos Gatos foi uma das ruas de Bragança que mais judeus abrigaram na época.
Em junho de 2019, a cidade foi centro da cultura judaica durante cinco dias. Este foi um momento de reflexão sobre a memória e o património deixado pelos judeus em Portugal.
Lisboa
Também a capital recebeu judeus em tempos e vivenciou feitos marcantes, uns mais positivos do que outros. A título de exemplo, na Páscoa de 1506, milhares de judeus perderam a vida num massacre, no Largo de São Domingos, no Rossio. Ainda hoje é possível ver o memorial erguido no local em sua honra.
Uma grande comunidade judaica encontrava-se também em Alfama, no Largo das Alcaçarias. Antes do Terramoto de 1755, no espaço entre a Rua dos Franqueiros e do Elevador de Santa Justa, podia encontrar o cemitério judeu, um dos vários equipamentos da Grande Judiaria de Lisboa. Hoje, este mesmo local está repleto de espaços comerciais, cafés, restaurantes e hotéis.
Também a capital recebeu judeus em tempos e vivenciou feitos marcantes, uns mais positivos do que outros. A título de exemplo, na Páscoa de 1506, milhares de judeus perderam a vida num massacre, no Largo de São Domingos, no Rossio. Ainda hoje é possível ver o memorial erguido no local em sua honra.
Uma grande comunidade judaica encontrava-se também em Alfama, no Largo das Alcaçarias. Antes do Terramoto de 1755, no espaço entre a Rua dos Franqueiros e do Elevador de Santa Justa, podia encontrar o cemitério judeu, um dos vários equipamentos da Grande Judiaria de Lisboa. Hoje, este mesmo local está repleto de espaços comerciais, cafés, restaurantes e hotéis.