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Primeiro ministro promete ocupar parte do território se reeleito(foto: Menahem Kahana/AFP) |
O Vale do Jordão representa cerca de 30% da Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967. Netanyahu disse querer anexar as colônias judaicas, o correspondente a 90% do território do Vale, “mas não vilarejos, ou cidades árabes como Jericó”. Este plano não afetará “um único palestino”, garantiu o premiê, que disse querer aproveitar o plano de paz a ser anunciado pelos Estados Unidos para anexar outras colônias.
Espera-se que o governo americano, firme defensor de Israel desde que Donald Trump assumiu o poder no início de 2017, apresente detalhes de seu plano de paz para a região após as eleições israelenses. Esse plano será “uma oportunidade histórica e única de aplicar nossa soberania sobre nossas colônias em Judeia e Samaria e em outros lugares-chave para nossa segurança, nosso patrimônio e nosso futuro”, alegou Netanyahu. A poucos dias das legislativas de abril, Netanyahu já havia prometido anexar os assentamentos judaicos em Judeia e Samaria, nome bíblico da Cisjordânia ocupada. Apesar de violar o Direito Internacional, a colonização (ocupação), por parte de Israel, da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental se manteve sob todos os governos israelenses desde 1967. Nos últimos anos, com o impulso de Netanyahu e de seu aliado em Washington, ela se acelerou.
Reação O projeto do líder do Partido Likud (direita) foi recebido como um novo golpe pelos palestinos. “É uma violação flagrante do Direito Internacional. É um roubo de terra flagrante. É limpeza étnica. Destrói não apenas a solução de dois Estados, mas qualquer chance de paz. Isso muda a situação”, denunciou Hanan Achraui, da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). “A Palestina está sendo erradicada”, continuou. “Netanyahu está em busca de votos de extrema direita, vendendo para seu público a ilusão de que pode ocupar terras palestinas para sempre”, afirmou o porta-voz do movimento islamista palestino Hamas, Hazem Qassem.
Guardiã dos lugares santos muçulmanos em Jerusalém Oriental, a Jordânia advertiu ontem que a promessa de Netanyahu “levará toda região à violência”. “A Jordânia denuncia a intenção de Netanyahu de aplicar a soberania de Israel ao Vale do Jordão e à parte norte do mar Morto”, porque “levará toda região à violência”, afirmou o chefe da diplomacia jordaniana, Ayman Safadi, segundo um comunicado de sua pasta. A Turquia, por sua vez, evocou uma promessa “racista”.