A misteriosa origem dos judeus etíopes

A misteriosa origem dos judeus etíopes

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A misteriosa origem dos judeus etíopes


Os judeus etíopes pertenciam a uma comunidade chamada Beta Israel (Casa de Israel), cujas origens são um mistério. Por muitos séculos, acreditou-se na teoria de que eram descendentes dos israelitas que haviam acompanhado um filho da rainha de Sabá e do rei Salomão de volta à Etiópia por volta de 950 a.C., contrabandeando a Arca da Aliança, descrita na Bíblia como o objeto que guardava as tábuas dos Dez Mandamentos.
Também é possível que tenham fugido para lá após a guerra civil em Israel antigo, ou que tenham se exilado após a destruição do Templo Judaico em Jerusalém em 586 a.C..
No início dos anos 1970, os principais rabinos de Israel endossaram oficialmente a visão de que Beta Israel pertencia a uma das chamadas dez tribos perdidas, que desapareceram da história após uma invasão do Reino de Israel no século 8 a.C..
Os judeus etíopes aderiam à Torá, praticavam uma versão bíblica do judaísmo e oravam em edifícios semelhantes a sinagogas. Mas, isolados de outros grupos judaicos por milênios, acreditavam ser os últimos remanescentes do povo judaico no mundo.
Em 1977, um dos seus integrantes, Ferede Aklum, fugiu para o Sudão. Procurado pelas autoridades etíopes por "atividade antigovernamental" sob suspeitas de colaborar com rebeldes e de traição por incentivar judeus a emigrar para Israel, ele teria se unido a um grupo de refugiados etíopes não judeus que fugiam da guerra civil e do agravamento de uma crise alimenta
Ele enviou cartas para agências de ajuda humanitária, pedindo apoio para chegar a Israel, e uma delas chegou à Mossad. Para o então primeiro-ministro israelense, Menachem Begin (1913-1992), ele próprio um refugiado da Europa ocupada por nazistas, Israel era um porto seguro para judeus em perigo. Beta Israel não era exceção, e ele determinou que a agência de inteligência agisse.
A Mossad instruiu um de seus agentes, Dani, a localizar Ferede e encontrar formas de transportar quaisquer judeus etíopes no Sudão para Israel.
Depois de uma busca difícil – "foi como encontrar uma agulha no palheiro", segundo Dani –, o agente localizou Ferede em Cartum, capital do Sudão, e os dois homens se reuniram. Ferede enviou mensagens para sua comunidade na Etiópia, dizendo que o caminho para Jerusalém passava pelo Sudão.
Surgiu assim a tentadora oportunidade de concretizar um sonho de 2,7 mil anos. Até o fim de 1985, cerca de 14 mil beta-israelenses realizaram a arriscada viagem de 800 km a pé.

Cerca de 1,5 mil morreram na jornada, nos precários acampamentos ao redor das cidades sudanesas de Gedaref e Kassala ou acabaram sequestrados.
Como não havia judeus no Sudão, um país de maioria muçulmana, eles escondiam sua religião para se integrar à população e não serem perseguidos pela polícia secreta sudanesa. Apesar do risco, continuaram a respeitar tradições judaicas.
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