Os episódios de interferência com o sistema de navegação do aeroporto Ben Gurion foram detectados desde o início do mês, tornando inúteis as indicações recebidas pelas aeronaves e pilotos que utilizam a infraestrutura.
De acordo com a Autoridade Aeroportuária Israelense, trata-se de uma situação que está a ter forte impacto na operação do maior aeroporto internacional do país, com um movimento anual superior a 20 milhões de passageiros.
A associação israelita de pilotos de linha já veio dizer que a interferência leva ao registo de localização incorreta por parte da navegação, o que pode, em determinadas situações, assinalar um posicionamento a quilômetros de distância do local onde se encontram os aviões.
Numa primeira reação a estas acusações, o embaixador russo em Israel respondeu laconicamente que estamos perante “notícias falsas” (fake news) que “não podem ser levadas a sério”. A BBC sublinha, contudo, que a rádio do exército israelena está a citar patentes superiores no apoio à versão da responsabilização do Kremlin.
"Nem pilotos nem passageiros em risco"
Os russos estão a apoiar as forças do Presidente sírio Bashar al-Assad na guerra contra os rebeldes e mantêm os aviões na base de Hmeimim, 350 quilómetros a norte do aeroporto Ben Gurion. As autoridades israelitas acreditam que a interferência russa se deve a um sistema usado por Moscovo para proteger os aviões que têm a operar na região.
Até ao momento, não foi registado qualquer acidente relacionado com a alegada interferência. Os responsáveis aeroportuários do Estado hebraico lembram que os pilotos podem sempre usar o sistema de aterragem por instrumentos quando se aproximam do aeroporto e da pista: “É um método seguro e profissional que é usado a toda a hora em aeroportos por todo o mundo”.
Em declarações ao israelita Haaretz, uma fonte da Autoridade Portuária Israelita sublinha que, apesar dos incidentes registados nas últimas três semanas, “nem pilotos nem passageiros foram postos em risco”.