Gabbay, ex-ministro do Meio Ambiente, anunciou ontem a sua decisão: "Depois de muitos questionamentos, decidi ficar com meu coração e minha verdade e me retirar corrida (política) para a eleição do próximo Knesset", escreveu Gabbay em sua página do Facebook nesta quarta-feira (12) à noite. "É claro que meu compromisso com o público, nossos valores e princípios permanecem inalterados". "Eu não tenho planos para o futuro e não sei o que farei daqui por diante, mas meu compromisso com meu público continua", disse ele.
Gabbay já vinha enfrentando pressões para renunciar desde que assumiu a liderança do partido e levou os trabalhistas ao seu pior resultado nas eleições de 9 de abril.
Na semana passada, algumas vozes proeminentes da direita começaram a questionar o seu apoio ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em uma exibição rara de animosidade em relação ao antigo aliado.
Durante negociações para a formação da coalizão, o primeiro-ministro tentou, sem sucesso, atrair para o governo Avi Gabbay, com promessas de concessões, e isso irritou os partidos de direita. Dias depois, ele demitiu ministros de direita Naftali Bennett e Ayelet Shaked de seu gabinete, no que foi visto como uma manobra para conter críticas pelo desgaste político sofrido no período que antecedeu a eleição de abril. Acrescentando a tudo isso, a nomeação de Amir Ohana, do Likud, como ministro da Justiça, na semana passada, irritou os partidários de sua antecessora, Shaked.
A animosidade aumentou quando pequenos partidos de direita tentaram formar uma aliança para concorrer às eleições de setembro, depois de perderem milhares de votos na votação anterior, quando Shaked e a Nova Direita de Bennett não conseguiram alcançar o limite eleitoral exigido para se elegerem. O Sindicato dos Partidos da Direita obteve cinco das 120 cadeiras do Knesset em abril, menos que as oito conquistadas na eleição anterior.