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Sobreviventes do holocausto preocupados com a repetição da história

"Os tempos nos lembram 1930", diz Hedy Bohm, em meio a uma onda de incidentes antissemitas em todo o mundo; “Infelizmente a humanidade não aprendeu”.
Sobreviventes do holocausto preocupados com a repetição da história
“O surto de ataques antissemitas nos últimos anos nos faz lembrar da era pré-Segunda Guerra Mundial na Europa”, advertiu uma sobrevivente do Holocausto. Outras pessoas também concordaram que o antissemitismo está de volta com força total, um dia antes de participarem do evento anual da Marcha da Vida.
"Por anos, muitos sobreviventes tiveram a impressão de que esse tempo nos remetia aos anos 30", disse Hedy Bohm, em entrevista ao The Times of Israel, em Birkenau, o campo de extermínio nazista que ela sobreviveu há 75 anos.
“Infelizmente, sinto o mesmo. A humanidade não aprendeu e somos incapazes de aprender e a história se repete. Tentamos nos lembrar, tentamos ser mais inteligentes e tudo o que podemos fazer é continuar tentando”, disse Bohm, que completará 92 anos no dia 11 de maio. Nascida na Romênia, ela participou pela sexta vez da Marcha da Vida.
Este ano houve um forte aumento nos incidentes antissemitas, ataques e retórica em todo o mundo. O último, o ataque à sinagoga em Poway na Califórnia, onde uma pessoa foi morta e três outras ficaram feridas, incluindo uma menina de oito anos e o rabino da comunidade. 
Sobreviventes do holocausto preocupados com a repetição da história
Na quarta-feira, pesquisadores da Universidade de Tel Aviv disseram que os anos de 2018 e 2019 viram “um aumento em quase todas as formas de manifestações antissemitas, tanto no espaço público quanto no privado. Muitos judeus na diáspora se sentem cada vez mais inseguros”.
Atingidos pelo ataque, que matou 11 fiéis na sinagoga Tree of Life, em Pittsburgh, no dia 27 de outubro, as agressões contra os judeus aumentaram 13% em 2018. Uma outra pesquisa feita pela Anti-Defamation League mostrou um crescimento na violência contra os judeus nos Estados Unidos.
“O antissemitismo está de volta na Europa, no Canadá e nos Estados Unidos", disse Max Eisen, de 90 anos que participou da Marcha da Vida pela 21ª vez. "Ele assumiu uma vida própria. Isso é terrível", completou.
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Max Eisen
Eisen publicou um livro, no ano passado, intitulado: "By Chance Alone", narrando sua história como sobrevivente dos campos de concentração de Auschwitz e Mauthausen. Ele deu um exemplo pessoal para um incidente antissemita, quando um cartaz com sua foto, ao lado de uma sinagoga em Toronto foi vandalizada. A palavra alemã “achtung”, usada pelos nazistas nos campos de concentração e significa “atenção”, estava rabiscada na imagem.
“Eu conheço essa palavra de Auschwitz e está acontecendo agora, na América do Norte”, disse Eisen. “Os judeus não estão cientes e muitos realmente não entendem nada, por isso eu tento educar as futuras gerações. Espero que eles possam contar a história quando não estivermos mais aqui”, acrescentou.
“Infelizmente, o antissemitismo está muito vivo. Eu digo isso com muita dor no coração”, afirmou Renata Brailovsky, de 88 anos, cuja família conseguiu escapar da Alemanha para o Chile, antes do início do extermínio de judeus pelos nazistas.
"Estou me sentindo emocionalmente angustiada", acrescentando que esta era a sua primeira Marcha da Vida.
“Meu objetivo é que meus filhos saibam que quero deixar um legado e do que significa ser judeu”, declarou. "Sou Israel Chai", completou.
Os medos foram compartilhados pelos organizadores do evento.
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"Acho que o que estamos passando hoje e não apenas hoje, mas nos últimos anos é um aumento significativo do antissemitismo", disse Shmuel Rosenman, presidente e cofundador da Marcha da Vida.

“Quanto mais nos afastamos e o número de sobreviventes do Holocausto, vivendo entre nós diminui, o antissemitismo surge e levanta a cabeça em todo o mundo. Eu acho que através da Marcha da Vida nós podemos gritar para o mundo: Não vamos deixar isso passar, vamos lutar contra isso, não apenas nós como judeus, mas todos. Dessa forma, talvez, podemos evitar que isso aconteça novamente”.
Mais de 10.000 jovens judeus e não judeus de 40 países, juntamente com dezenas de sobreviventes do Holocausto, participaram da 31ª Marcha Internacional da Vida, uma caminhada de três quilômetros de Auschwitz a Birkenau.
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Diferente do ano passado foi notável a ausência de funcionários de Israel e do país anfitrião, a Polônia. Os Estados Unidos, pela primeira vez, enviaram uma delegação oficial à marcha chefiada pelo embaixador em Israel, David Friedman, pelo embaixador na Alemanha, Richard Grenell, pelo embaixador na Polônia, Georgette Mosbacher e o enviado especial para monitorar e combater o antissemitismo, Elan Carr.
Além de participarem da marcha, eles visitarão Israel.
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Uma delegação de embaixadores das Nações Unidas também participou do evento. Os diplomatas estão participando a convite do Movimento Sionista Americano e da Marcha Internacional da Vida. Em Israel, eles visitarão o país para aprender sobre a terra, a história judaica e o sionismo, além de receberem informações sobre os desafios de segurança e participarão de discussões e reuniões de alto nível.
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