
Estava prestes a completar 96 anos de vida, depois de ter já ultrapassado os 50 de publicações literárias. Judith Kerr nasceu em Berlim, na Alemanha (à data República de Weimar), em 1923, filha do escritor e crítico alemão Alfred Kerr, de ascendência judaica. Esse facto, e o de o pai se ter popularizado como feroz opositor ao regime nazi, levaram a jovem Judith a passar a infância e a adolescência noutras paragens, como a Suíça, a França e a Inglaterra. É por lá que começa a sua história como autora.
Judith publicou uma história baseada na sua experiência pessoal que se tornou um símbolo da literatura infantojuvenil e de uma forma de contar os horrores da Guerra a adolescentes: “Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-Rosa” (1971) não dispensa o humor e está publicado em Portugal pela Booksmile.
Depois disso, e também direcionada a jovens leitores, a coleção em que uma gata é protagonista também deixou marca: “Mog, a gata esquecida”, “Mog e o bebé”, “Mog e o Coelhinho” e “O Natal da Mog”, num total de 17 histórias (nem todas publicadas por cá).
“O tigre que veio tomar chá” é outro dos clássicos da autora, que publicou mais de 30 livros, e que também se destacou na ilustração. O ano passado foi mesmo premiada pela British Book Awards. Durante décadas, esses trabalhos, desde os primórdios, foram mantidos num estúdio da autora em Londres. Agora estão num centro infantil em Newcastle, noroeste de Inglaterra.
Numa entrevista publicada a semana passada no britânico The Guardian, Judith Kerr confessou que o seu maior medo era “não ser capaz de trabalhar”. A notícia da sua morte foi dada esta quinta-feira, 23 de maio.
Siga Coisas Judaicas no Facebook .