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Israelenses aguardam ansiosos o cessar fogo

Israelenses aguardam ansiosos o cessar fogoO recém-anunciado início do cessar-fogo em Gaza nesta manhã era o desfecho esperado para a nova rodada do conflito que resultou nos últimos dias, segundo a imprensa local, na morte de 4 israelenses e 23 palestinos, entre os quais duas grávidas e dois bebês.
Ainda não se conhecem os termos do cessar-fogo, mas é provável que repita a dinâmica do anterior, quando o grupo islâmico Hamas, que controla Gaza, recebeu dinheiro do Catar para interromper os ataques.
A manutenção do statu quo em Gaza satisfaz o objetivo estratégico do governo do premiê israelense, Bibi Netanyahu: encerrar a rodada atual do conflito antes das comemorações do aniversário da independência de Israel, na próxima quarta-feira, e do concurso musical Eurovision, hospedado por Israel na terça-feira da semana que vem.
Para Bibi, é preferível manter no poder em Gaza um grupo terrorista que divide os palestinos e atemoriza os israelenses, pois isso afasta indefinidamente a possibilidade de um acordo que resulte na proclamação de um estado palestino. Se o Hamas perdesse Gaza para a Fatah, que governa a Cisjordânia e coopera com Israel na segurança do território, reforçaria a reivindicação por dois estados na região.
Israel já fortaleceu o Hamas outras vezes, como contrapeso ao poder da Fatah e da Autoridade Palestina (AP). Em 2005, o então premiê Ariel Sharon decidiu desocupar Gaza unilateralmente, antes de chegar um acordo com a AP. Em 2006, o Hamas venceu as eleições no território que mantém, desde então sob um governo autoritário de inspiração religiosa, dependente da ajuda externa de países como Irã e Catar.
Dois fatos, porém, tornam o cessar-fogo atual mais instável que os anteriores. O primeiro é militar. Apesar do sofisticado sistema de defesa anti-aérea conhecido como Cúpula de Ferro, Israel interceptou apenas 240 dos 690 foguetes primitivos, lançados de Gaza pelo Hamas e pelo grupo Jihad Islâmica. É um sistema caro, cuja eficiência sempre foi proclamada e comprovada na prática.
O número de mortos pôs isso em questão. Levou lideranças do próprio Likud, partido de Bibi, como o ex-ministro Gideon Saar, a questionar a atitude apaziguadora do premiê. Saar defende a reocupação de Gaza com tropas israelenses como única garantia de segurança.
O segundo fato é a iminência do plano de paz elaborado pelo governo Donald Trump. Pelas informações disponíveis, seguirá à risca os princípios da estratégia Bibi. Em vez de proclamação de um estado palestino, destinará recursos financeiros para desenvolver os territórios ocupados e, pela via econômica, tentará pacificar a região.
Para o Hamas, que não será contemplado com nada, já que não participa das negociações e continua a defender a destruição do Estado de Israel, o incentivo é claro: continuar a chantagear os países árabes (além do Irã) a sustentá-lo para que mantenha o domínio sobre Gaza. Com mais foguetes, o Hamas tenta demonstrar à população local que ainda tem força, quando a realidade mostra o contrário.
O cessar-fogo traz algum alívio ao bloqueio a Gaza, mantido por Israel e pelo Egito. O Catar abre os bolsos, mas a economia estagnada e o bloqueio que sucateou a indústria local levam o dinheiro para fora da região. As promessas começam a evaporar.
Para conseguir mais, Hamas e Jihad voltam a chamar a atenção com novos foguetes sobre o Sul de Israel. Se possível, num momento em que um evento externo, como o Eurovision, gere pressão para que a chantagem funcione e conduza a novo cessar-fogo. O ciclo então se fecha. Até os próximos foguetes e a reação violenta de Israel.

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