Autoridades alemãs disseram nesta terça-feira que o número de incidentes antissemitas e contra a presença de estrangeiros aumentou em 20% no país no ano passado, apesar de uma queda geral em crimes com motivação política.
Foram 1.799 casos de incidentes antissemitas em 2018 (19,6%), com 89,1% deles envolvendo perpetradores de extrema direita.
O ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, comentou os números, observando, em uma conferência que inaugura uma rede europeia de combate ao antissemitismo, que o ódio aos judeus na Alemanha "não é um produto importado", segundo noticiou a agência de notícias alemã DPA.
No entanto, Maas disse que na luta contra o antissemitismo, os crimes cometidos por imigrantes também devem ser considerados.
O relatório não forneceu números exatos para os ataques cometidos por islâmicos radicais, informando apenas que o governo registrou um declínio em 2018. Os dados citados pelo Ministério do Interior atribuem a queda às perdas sofridas pelo grupo terrorista Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
Os crimes islamofóbicos caíram de 1.075 em 2017 para 910 em 2018, enquanto os ataques contra cristãos caíram de 129 para 121.
No total, os incidentes xenófobos aumentaram 19,7%, chegando a 7.701 casos em meio a um aumento geral nos crimes de ódio de 7.913 para 8.113 casos.
O ministro do Interior, Horst Seehofer, disse que os crimes por motivações políticas caíram em 8,7% em 2018, com 36.062 incidentes, "mas ainda com números altos demais".
Os crimes cometidos pela extrema direita compõem a maioria dos incidentes com 20.431 casos. Destes, 1.156 sofreram violência, registrando um aumento de 2,3% dos casos desse tipo.
Os crimes de esquerda caíram em 18,4% para 7.961 incidentes. Os crimes violentos cometidos pela esquerda tiveram uma queda ainda maior, de 31,9%, com 1.340 incidentes. Mais da metade das ofensas violentas foram contra a polícia.
