Após denúncia da organização judaica DAIA, dois argentinos - os irmãos Kevin y Axel Abraham Salomon, de 23 e 25 anos – foram presos nesta quinta-feira (15) em Buenos Aires sob suspeita de pertencerem ao grupo libanês Hezbollah, organização responsável por dois grandes atentados contra a comunidade judaica na Argentina – em 1992, contra a embaixada de Israel, e em 1994, contra a AMIA, que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos. Os suspeitos foram detidos na residência de um deles, em Buenos Aires.
Lá, a polícia encontrou um arsenal, com rifle, espingarda e várias pistolas, entre outros armamentos. Segundo as autoridades, no imóvel onde a operação foi realizada, também foram encontradas evidências de viagens para o exterior junto com credenciais em árabe e uma bandeira do Hezbollah. As prisões aconteceram a poucos dias da próxima cúpula do G20, que acontece no final do mês na capital argentina. Hoje, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, afirmou que as forças locais estão em alerta máximo para qualquer atividade suspeita antes da cúpula, de acordo com a agência Reuters.
A DAIA fez a denúncia após ter recebido e-mail alertando que pessoas ligadas ao Hezbollah estariam no país, após terem recebido treinamento militar no Oriente Médio. As autoridades argentinas explicaram que, depois de analisar redes sociais, em especial o Facebook, conseguiram identificar os suspeitos. As informações foram corroboradas com a denúncia. As prisões ocorrem em momentos em que duas bombas explodiram na capital argentina, uma no cemitério da Ricoleta e outra na entrada da casa do juiz Claudio Bonadio.
As autoridades afirmam que os dois atentados têm ligação e são de autoria do mesmo grupo de anarquistas preso horas depois dos ataques. O presidente Mauricio Macri elogiou a rápida ação da polícia, ao localizar e prender os envolvidos, enquanto a ministra da Segurança da República, Patricia Bullrich, prometia reforçar o esquema de segurança no país por ocasião da cúpula do G20.