Publicado em Nashim Tsidkaniot
Baseado em “Likutê Sichot”, Vol. 1, págs. 36-37.
Traduzido e adaptado do hebraico de
“Maayan Chai”, Vol. 6, págs.73-74.
Sobre o que consta em Parashat Chayê Sara: “E Avraham era velho, entrado em dias...” (Bereshit 24:1), disseram nossos Sábios: “A conversa comum dos servos dos patriarcas é apreciada por D’us mais até do que a Torá de seus filhos”. (Rashi sobre Bereshit 24:42). Leis essenciais da Torá e muitas halachot foram, apenas, insinuadas na Torá. Em Parashat Chayê Sara, porém, a Torá repete o extenso relato de Eliezer, servo de Avraham.
Essa história é repetida algumas vezes. Inicialmente está relatado o que Avraham disse a Eliezer e o que aconteceu com Eliezer. E depois, aparece a história de Eliezer, contando o que Avraham lhe disse e, mais uma vez, o que aconteceu com ele. Tantas repetições nos ensinam quão queridos são os servos dos patriarcas. Este carinho, porém, se expressa, justamente, numa história sobre casamento, de como Eliezer encontrou uma noiva para Yitschac.
Tanta repetição no tema casamento nos ensina sobre sua grande importância.
O casamento é a construção de um lar judaico, binian adey ad “um edifÃcio eterno”. Um casamento é para sempre, uma vez que o lar foi construÃdo de acordo com a Torá, que é eterna.
Os presentes que Eliezer deu a Rivka (Bereshit 24:22) nos ensinam qual a base sobre a qual é construÃdo um lar judaico: “Um aro de ouro (para nariz) pesando um beka” – representa o meio shekel (beka por cabeça). A mitvá do ‘meio shekel’ que alude à tsedacá, doação/justiça, que abrange todas as mitsvot.
“Dois braceletes de ouro pesando dez shekalim” – representam as duas Tábuas da Lei, onde foram gravados os Dez Mandamentos, que são a totalidade da Torá. Referindo-se a ela o povo judeu falou “faremos e ouviremos”, com submissão.
Os presentes que Rivka recebeu aludem à totalidade da Torá e das mitsvot, e à submissão a D’us. Esta é a base do casamento judaico onde o lar é construÃdo sobre as fundações da Torá e das mitsvot.