Um líder do populista Partido Democrata Sueco, de direita, apresentou um projeto pedindo a proibição da circuncisão, não-médica, de meninos que o texto definiu como “abuso infantil atrasado".
O secretário dos Democratas da Suécia, Richard Jomshof, apresentou o rascunho de uma moção, não vinculante, sobre a circuncisão ao Riksdag, o parlamento sueco, onde seu partido é o terceiro maior com 18% dos assentos.
Intitulado “Proibição da circuncisão não-médica”, o texto proposto sobre o qual ainda não foi agendada uma votação, afirma que “o Riksdag está por trás do que é declarado na moção para introduzir a proibição da circuncisão não-médica de crianças e anunciará isso ao governo”.
No raciocínio de Jomhof para o projeto de moção, ele destaca que as práticas, que os judeus realizam em bebês de 8 dias e muitos muçulmanos também fazem “é um abuso contra a criança, bem como uma violação da integridade e autodeterminação desta criança.”.
O raciocínio também explora como várias associações médicas e agências na Suécia se opõem à circuncisão, não-médica, de meninos por esses motivos, embora isso não seja proibido por lei. As agências mencionadas incluem o Conselho de Enfermagem da Suécia e a Associação das Crianças Suecas.
"Seria triste se a Suécia aparecesse internacionalmente como uma nação atrasada, ao invés de procurar ativamente em proteger os direitos das crianças", acrescentou Jomhof.
Em toda a Escandinávia, a circuncisão não-médica de meninos é objeto de um debate sobre os direitos das crianças e as liberdades religiosas. Os ombudsmen das crianças de todos os países nórdicos como a Finlândia, Islândia, Dinamarca, Suécia e Noruega, divulgaram uma declaração conjunta, em 2013, propondo uma proibição, embora nenhum desses países tenha promulgado.
No debate, a circuncisão é atacada por políticos de direita que a consideram uma importação estrangeira, cuja proliferação é frequentemente associada à imigração muçulmana e também é contra a oposição de esquerdistas e ateus que a denunciam como uma forma primitiva de abuso infantil.
O partido anti-islâmico Suécia Democratas aumentou drasticamente sua participação nas eleições gerais do mês passado, chegando a 18%, contra 12,9% nas eleições anteriores. Embora tenha mantido uma atitude favorável em relação ao Estado judaico, no mês passado, um membro do partido apresentou um projeto de moção pedindo que a embaixada da Suécia em Israel fosse transferida para Jerusalém, pois o partido tem um longo e problemático registro em relação às atitudes dos seus membros contra o povo judeu. Antes das eleições, políticos regionais da Suécia democratas foram pegos fazendo declarações antissemitas, incluindo o uso de uma foto de Anne Frank para zombar de vítimas do Holocausto.