O
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apoiou hoje a decisão dos
Estados Unidos de deixarem de financiar a agência da ONU de assistência aos
refugiados palestinos.
"Os
Estados Unidos fizeram algo muito importante ao deixar de financiar a agência
de perpetuação dos refugiados chamada UNRWA. Finalmente estão a começar a
resolver o problema", disse Netanyahu, num colégio em que participou numa cerimônia
de abertura do ano escolar.
O
chefe do Governo de Israel acusou os palestinos de "criarem uma
instituição única, há setenta anos, não para absorver os refugiados, mas para perpetuá-los",
e afirmou que os fundos de assistência às populações necessitadas "devem
utilizar-se em ajudar genuinamente a reabilitar os refugiados, cujo verdadeiro
número é muito menor do que afirma a UNRWA".
Israel
considera que a agência da ONU para os refugiados palestinos é um dos problemas
que perpetuam o conflito com a Palestina.
A
retirada de fundos norte-americanos à UNRWA (sigla em inglês de United Nations
Relief and Works Agency for Palestine Refugees in the Near East) causa a maior
crise financeira da história desta agência, deixando dúvidas sobre apoios à
educação e saúde de milhares de palestinos.
Washington
foi durante décadas o principal financiador e em 2017 deu 364 milhões de
dólares (cerca de 314 milhões de euros à taxa de cambio atual).
Tradicionalmente,
os Estados Unidos contribuíram com cerca de um terço do orçamento anual da
agência, que em 2017 ascendeu a cerca de 1.100 milhões de dólares (948 milhões
de euros atuais).
A
agência ajuda mais de três milhões de refugiados.
Depois
de os EUA terem retirado o apoio à agência das Nações Unidas que apoia cerca de
quatro milhões de refugiados palestinos, a UE informou este sábado que
continuará a apoiar a agência criada em 1949 para apoiar os refugiados fugidos
na guerra de 1947-48 do então criado Estado de Israel.
As
relações entre Washington e a Autoridade Palestina são gélidas desde o anúncio
pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, no final de 2017, do reconhecimento
unilateral norte-americano de Jerusalém como capital de Israel.
Os palestinos
recusam desde então qualquer contacto com o Governo norte-americano e negam-lhe
qualquer papel de mediador no processo de paz com Israel.