
Majoritariamente judaico, Israel tem cerca de dois milhões de árabes muçulmanos, de um total de 8 milhões de habitantes, e outros 180 mil drusos, que se aliaram na rejeição à chamada Lei de Nacionalidade, ou oficialmente, Lei Básica: Israel como Estado-nação do povo judeu. Para eles, a legislação é discriminatória ao não garantir igualdade entre judeus e os demais povos.
Mas Galant, que também é membro do gabinete de segurança do governo do premiê Binyamin Netanyahu, discorda. Para ele, a lei apenas formaliza algo que já estava expresso na declaração de independência de Israel, de 70 anos. “Quanto à identidade nacional, há apenas uma, e é a judaica. Isso não significa que estejamos tirando quaisquer direitos de ninguém como cidadão de Israel. Toleramos todas as minorias e tratamos igualmente toda pessoa”, disse Galant nesta segunda-feira (13), em São Paulo.
Mas isso é uma democracia, eles podem protestar. Se não houver violência, tudo é permitido”. Outro ponto polêmico da lei é que ela considera “o desenvolvimento das colônias judaicas de interesse nacional” e diz que o Estado “adotará as medidas necessárias para promover, avançar e servir a este interesse”. Em projeto aprovado neste ano, palestinos perderam ainda acesso à Suprema Corte em caso de disputas de terra.
Relatório da ONG oposicionista Peace Now com base em dados do governo israelense obtidos por meio de lei de acesso à informação apontou que 99,7% das terras alocadas na Cisjordânia em 2017 foram destinadas a judeus, contra 0,24% alocadas a palestinos. Além disso, 78% das novas construções no ano passado ocorreram em assentamentos judaicos para além da Linha Verde, ou seja, a fronteira do Estado de Israel até 1967. Construções desse tipo cresceram 17% em relação ao ano anterior, segundo a ONG.
“Os assentamentos não são o problema. Não são um obstáculo para a paz”, afirmou. “Israel já mostrou várias vezes que quer paz. Nós saímos do Sinai [onde havia assentamentos judaicos; em 1982] e fizemos a paz com o Egito. Não haverá nenhum problema se houver um acordo com o lado palestino de que o Estado judeu é fato que eles não podem ignorar”. E acrescentou: “O problema é que os palestinos querem uma solução de um Estado e isso não podemos aceitar”.

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Israeli democracy isn’t broken, but it is under assault (Times of Israel)
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