
Quantas vezes durante meus momentos de silêncio e concentração, rezei por ti, rezei para ti e jamais lhe voltei às costas; mas sim, sempre, me voltei exatamente em sua direção.
Quando pensava em teus sofrimentos ao longo de tantos anos, meu coração se apertava em meu peito e eu explodia em lágrimas. Seus conquistadores implacáveis tentaram apagar seu brilho e toda sua grandeza e dignidade. Eu chorava soluçando, sem ação, pois o simples fato de imaginar que jamais lhe veria outra vez ia me abatendo e vencendo todas minhas forças. Me mantive vivo todos estes anos, espalhado em pedaços pelo mundo só para poder hoje lhe abraçar e dizer que jamais lhe esqueci um só instante.
Minha memória jamais me deu trégua. Vivi minha história, passado e presente, só para voltar a este instante e poder te abraçar outra vez. Meu espírito está em paz e neste momento, tudo o que tenho a dizer, são palavras ao vento, pois meu silêncio ao te reencontrar fala mais alto.
Que saudades…
Da cor dourada que envolve teus ombros e o doce sabor de teu mel. Quando reunificamos nossos pedaços só tive ouvidos para o som que hoje se repete em teus muros. O shofar anuncia a chegada de uma nova era e ressoa por toda a Terra Santa, Israel. O povo corre, vindo de todas as partes do mundo e se reúne em volta de seus muros, suas fortalezas, suas pedras douradas, sua glória, sua consagração.
No centro, bem dentro de seu coração, a certeza que D’us fala mais alto e estará presente para sempre protegendo nossa união. Apesar do pó, das lágrimas e do sangue, hoje é o dia que tanto esperamos para nosso reencontro. Todos estão dentro e fora sentindo teu ouro se transformar em luz.
Jerusalém,a mais cobiçada, a mais sofrida, a mais despedaçada, sempre íntegra a tocar os Céus, pertence e pertencerá sempre a seus filhos como eterna herança de D’us à Israel.
Yerushalayim: esta é nossa eterna declaração de amor.