
O recém-eleito presidente colombiano disse recentemente que estaria aberto a transferir a embaixada do país para Jerusalém, potencialmente tornando-se o quarto país, e terceiro da América Latina a fazê-lo.
O conservador Ivan Duque venceu pouco mais de 54% dos votos, superando o rival de esquerda Gustavo Petro, que ficou com 41,7%, com quase todos os votos apurados, segundo dados da autoridade eleitoral divulgados no domingo.
Em 16 de maio, Duque disse em um evento de campanha que, se eleito, ele não descartaria "a possibilidade de colocar o assento diplomático em Jerusalém".
Duque também disse que queria "manter as melhores relações possíveis com o estado de Israel".
A declaração veio no mesmo dia em que a Guatemala se tornou o segundo país a transferir sua embaixada para Jerusalém, dois dias depois dos EUA. Uma semana depois, o Paraguai se tornou o terceiro país a fazê-lo.
Os comentários de Duque geraram uma reação dura de seus oponentes na campanha, com a maioria dos outros candidatos rejeitando a posição, de acordo com o site de notícias colombiano El Nuevo Siglo.
Questionado sobre sua declaração dias depois, Duque esclareceu à estação de rádio local Caracol que apoiava uma solução de dois estados e queria que seu eventual governo contribuísse para os esforços de paz.
"A Colômbia não pode incitar o ódio no Oriente Médio", disse ele.
O oponente de Duque, Gustavo Petro, foi um forte oponente da decisão dos EUA de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e acusou as IDF de realizarem um “massacre” contra os moradores de Gaza durante protestos na fronteira contra a transferência da embaixada em 14 de maio.

O candidato presidencial Gustavo Petro fala após sua derrota pelo rival conservador Ivan Duque na eleição presidencial colombiana, em Bogotá, Colômbia, em 17 de junho de 2018. (AFP / LUIS ROBAYO)
Duque, 41, ex-economista e senador de primeiro mandato, é visto como um falcão de segurança nos moldes de seu mentor, o ex-presidente Álvaro Uribe.
Em 2010 e 2011, Duque serviu como assistente de Uribe em uma investigação da ONU sobre o incidente da frota de Mavi Marmara, em 2010, no qual soldados israelenses brigaram com manifestantes turcos tentando romper o bloqueio de Gaza.
O painel acabou descobrindo que o bloqueio de Israel a Gaza era legal, mas o ataque, no qual 10 ativistas turcos foram mortos, foi excessivo.
Ao longo de sua campanha, Duque sofreu acusações de que ele seria pouco mais que um fantoche para Uribe, que está constitucionalmente impedido de buscar um terceiro mandato.
O ex-presidente e senador Álvaro Uribe é parabenizado por seus partidários, depois que Ivan Duque, do Partido do Centro Democrático, conquistou a presidência, em sua casa em Rionegro, departamento de Antioquia, na Colômbia, em 17 de junho de 2018. (AFP / JOAQUIN SARMIENTO)

Duque depois mudou-se para Washington, onde passou mais de uma década no Banco Interamericano de Desenvolvimento, primeiro como assessor de três países andinos e depois como chefe da divisão cultural.
Quando Duque assumir o cargo, ele herdará um país com laços favoráveis com Israel.
Sob o presidente cessante, Juan Manuel Santos, a Colômbia se tornou um dos melhores amigos de Israel na América Latina. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu visitou o país durante um balanço pela América Latina em 2017.
Em outubro de 2012, Santos disse que o mundo deveria reconhecer Israel como o estado do povo judeu.
“There have been strong relations between the two countries. Colombia is among the few Latin American countries that did not vote in favor of upgrading ‘Palestine’ as a non-member state at the UN a few years ago,” Hebrew University’s Arie M. Kacowicz, an expert on Latin America, said last year.

Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu (L) and Colombian President Juan Manuel Santos smile during a ceremony to sign agreements at the Narino palace in Bogota on September 13, 2017.(AFP PHOTO / Raul Arboleda)