Muitos Judeus têm o costume de exclamar a expressão “Le Haim (Para a Vida)” quando tomam alguma bebida alcoólica. De onde vem este costume?
O Talmud (Tratado Shabat 67b) relata que certa vez Rabi Akiva fez uma festa em honra a seu filho e a cada copo servido ele pronunciava: “Vinho e vida para os nossos Sábios, vida e vinho para nossos Sábios e seus pupilos!”
Já no Tratado Sanedrin (página 43a), o Talmud relata que uma pessoa que era julgada e
condenada à morte, quando ia ser executada, davam-lhe uma porção de olíbano (uma resina utilizada nos incensos) diluída em vinho, para entorpecer seus sentidos.
Neste mesmo Tratado, à página 70a, o Talmud relata que vinho era servido aos enlutados,
segundo a orientação do versículo em Eclesiastes 31:6 (Kohelet): “Dêem bebida forte aos pobres e abandonados, e vinho aos de alma amargurada”. Nós, portanto, pronunciamos “Le Haim (Para a Vida)” quando bebemos vinho para diferenciar nosso ato de beber de qualquer evento triste e/ou ligado ao luto.
O Netsív de Volozhin, Rabino Naftali Tsvi Yehuda Berlin (Lituânia, 1817-1893), acrescenta que o significado da dupla bênção que Rabi Akiva fazia – “Vinho e vida ... vida e vinho” – era que ele estava desejando a seus convidados que o vinho que estava sendo servindo não fosse nem como o vinho dado a um condenado antes de sua execução – “vinho e (ausência de) vida”, nem como o vinho bebido por enlutados – “(ausência de) vida e vinho”. Que possamos sempre celebrar e brindar com “Le Haim (Para a Vida)”!
Como o Judaísmo Entende as Preces?
A Torá encara o Todo-Poderoso como “Nosso Pai nos Céus”. Um pai ama seu filho e dará tudo que é bom para a criança, tanto se ela pedir ou não. Surge, então, uma pergunta óbvia: se o Criador é como um pai, então para que rezamos? Ele nos dará o que é bom de qualquer forma!
Mesmo sendo isto 100% verdade, o que mudamos através das preces não é a ‘cabeça’ ou a
‘vontade’ de D’us. Ao reconhecer a fonte de todas as nossas bênçãos – nosso sustento, nossa saúde, nosso sucesso, nossa própria existência – nós nos elevamos a um nível espiritual mais alto, nos transportamos para mais perto do Todo-Poderoso. Aí, então, ao elevamos nossas metas e valores, muitas das coisas que queríamos realmente se tornam boas e propícias para termos. Poderemos usá-las apropriadamente para fins positivos, ajudando a aperfeiçoar a nós mesmos e ao mundo ao nosso redor.
Muitas pessoas pensam, erroneamente, que devem rezar somente por ‘Coisas Grandes’, como vida e saúde. Elas não querem ‘incomodar’ D’us com coisas pequenas. Este é um erro duplo. Primeiro, porque D’us é infinito. Ele tem a capacidade de manter um relacionamento individual e particular com cada ser humano deste planeta. O Criador somente quer o nosso bem, que obtenhamos o máximo de nossas vidas, elevando-nos e tornando-nos parecidos com Ele. As preces fazem isto.
Segundo, se queremos pedir as ‘Coisas Grandes’, então precisamos tanto da sabedoria como da prática de como rezar, e isto só se adquire com nosso esforço diário. Toda oração conecta a pessoa com o Criador.
Para um indivíduo muito elevado espiritualmente, rezar pode ser o suficiente para resolver seus problemas e necessidades. Entretanto, a Torá prescreve que, embora precisemos rezar, devemos fazer todo o esforço, de maneira inteligente, para termos sucesso.
E, talvez, a mais perguntada das perguntas: “Será que D’us responde às nossas preces?” A
resposta é: Com certeza absoluta! Às vezes a resposta é “Sim” e às vezes é “Não”.
ESTA EDIÇÃO é DÉDICADA EM MEMÓRIA DE
YENTA BAT MORDEHAI HACOHEN Z"L
Shavuót começa no próximo Sábado à noite, 20 de maio, e tem dois dias de duração (a propósito, Yzkor é rezado no domingo, dia 21). É o aniversário do recebimento da Torá pelo Povo Judeu, há 3.330 anos atrás no Monte Sinai. Saiba muito mais, clicando em http://www.aish.com/h/sh/!
O que é Shavuót e Como é Celebrada?
A Torá chama Shavuót de ‘A Festividade das Semanas’ (Bamidbár 28:26). A própria palavra ‘Shavuót’ significa ‘semanas’ em hebraico. Isto se refere às sete semanas que contamos desde o segundo dia de Pessach (quando uma oferenda de cevada era levada ao Templo Sagrado, em Jerusalém) até a Festa de Shavuót.
É, também, um dos três Regalím (Pessach e Sucót são os outros dois), onde, na época em que o Beth HaMikdash, o Grande Templo Sagrado, ali estava erguido, cada homem na Terra de Israel tinha a obrigação
de viajar para Jerusalém para celebrar esta festividade.
Shavuót é a celebração da outorga da Torá no Monte Sinai para todo o Povo Judeu. É uma época de dedicação e comprometimento ao estudo da Torá.
A Torá é o sangue vital do Povo Judeu. Nossos inimigos sempre souberam que quando nós, judeus, paramos de estudar a Torá, nossa assimilação é inevitável. Sem conhecimento não há comprometimento.
Ninguém pode amar o que não conhece. Uma pessoa não pode fazer ou entender o que nunca aprendeu.
Um judeu é ordenado a estudar Torá de dia e de noite e ensiná-la a seus filhos. Se quisermos que nossas famílias permaneçam judias e que nossos filhos se casem dentro da comunidade, então devemos integrar um programa de estudo de Torá em nossas vidas e implementar estes ensinamentos em nosso lar e em nós mesmos. Uma pessoa pode dizer a seus filhos qualquer coisa, mas somente quando eles veem seus pais estudando e fazendo mitsvót, herdarão o amor em serem judeus. Lembre-se: um pai somente deve a
seu filho três coisas: exemplo, exemplo e exemplo!
Shavuót é uma época propícia para nossa re-dedicação à Torá e, particularmente, para o estudo da Torá. Como podemos utilizar esta oportunidade para crescer e fortalecer nossa identidade como judeus? Da mesma forma que uma pessoa engatinha antes de andar e anda antes de correr, o mesmo se dá com as mitsvót (preceitos). A pessoa deve escolher mais uma mitsvá, fazê-la bem e depois construir sua própria estrutura sobre ela. Eis aqui algumas sugestões:
1. Ouça algum CD ou MP3s sobre temas judaicos ou compareça a uma aula sobre qualquer assunto da Torá a cada mês, pelos próximos três meses. Ou compre uma cópia do Pirkei Avót (Ética dos Pais) e leia uma página por dia. É uma dose concentrada de sabedoria sobre a vida.
2. Assegure-se de ter uma mezuzá casher ao menos na porta de entrada de sua casa. (O lar judeu deve ter mezuzót nas portas de todos os recintos, exceto o banheiro). Aprenda sobre o profundo significado da mezuzá e reflita sobre ele quando olhar para cada mezuzá.
3. Faça um Shabat especial: acenda duas velas, com sua respectiva bênção, antes do pôr do sol.
Faça, também, uma refeição familiar de Shabat na sexta-feira à noite, com o Kidush, Netilat Yadáim (lavagem ritual das mãos, vertendo água 3 vezes em cada mão) e HaMotzí (a benção antes de comer a Halá).
Em Shavuót existe o costume de passarmos a noite inteira acordados, estudando Torá. Virtualmente todas as sinagogas e Yeshivót têm estudos programados durante a noite, concluindo com a oração matinal de Shaharit. A razão: na manhã em que o Povo Judeu iria receber a Torá, no Monte Sinai, eles dormiram.
Nós, agora, podemos retificar a tendência de entregarmo-nos aos nossos instintos, demonstrando a nossa
resolução ao permanecermos acordados toda esta noite. É uma experiência fascinante para compartilharmos com nossos filhos. Procure uma sinagoga com programação para Shavuót e desfrute esta noite especial!
Horário de Acender as Velas de SHABAT: (18 de maio)
S. Paulo: 17:11 h Rio de Janeiro 16:59 Recife 16:47 Porto Alegre 17:18 Salvador 16:56 Curitiba 17:19 B. Horizonte 17:06 Belém 17:52 Brasília 17:28 Jerusalém 18:52 Tel Aviv 19:11 Miami 19:41 Nova York 19:49
Horário de Acender as Velas de SHAVUÓT
Sábado e Domingo, 19 e 20 de maio, acender uma hora após os horários acima. As velas de Sábado e Domingo devem ser acesas a partir de uma chama que já tenha sido acesa na sexta-feira, antes do pôr-do-sol
Pensamento da Semana:
“O conhecimento vem ao se separar as coisas em seus componentes.