O ministro da Energia israelita,
Yuval Steinitz, classificou o negócio como "um marco muito
importante".
Uma empresa israelense anunciou
esta segunda-feira que vai vender gás natural ao Egito no valor de 15 mil
milhões de dólares (12 mil milhões de euros), o maior acordo feito até hoje por
esta indústria de Israel. A Delek Drilling e um parceiro norte-americano, Noble
Energy, assinaram um acordo para vender um total de 64 mil milhões de metros
cúbicos (mmmc), ao longo de dez anos, à empresa egípcia Dolphinus Holdings.
O
chefe executivo da Delek Drilling, Yossi Abu, classificou o acordo como sendo
"grandes notícias" para ambos os países. Adiantou que a maior parte
do gás deve ser destinado ao mercado doméstico egípcio, mas admitiu que estas
exportações podem pavimentar o caminho para uma cooperação maior e ajudar a
transformar o Egito numa plataforma de exportação para o gás israelense.
"Penso que a principal coisa é que o Egito está a tornar-se numa
plataforma de gás para a região", disse.
O vice-presidente executivo para
as operações da Noble Energy, Gary Willingham, afirmou que "estes acordos
continuam a demonstrar a força do mercado regional para o (nosso) gás natural
no Mediterrâneo Oriental". O Egito foi o primeiro Estado árabe a fazer a
paz com Israel, em 1979, mas os anteriores acordos econômicos têm gerado
controvérsia no país, onde o apoio aos palestinianos é elevado. Não houve
comentários imediatos por parte de dirigentes egípcios.
O gás vai ser fornecido
a partir do campo de gás Tamar, que já está operacional, e de outro campo,
ainda maior, chamado Leviatã, que deve começar a funcionar no final de 2019. Várias
rotas para transportar o gás estão a ser consideradas, das quais o gasoduto já
existente entre a Jordânia e o Egito é uma forte probabilidade, adiantou Abu.
Israel já vende gás à Jordânia. Israel tem estado a desenvolver os campos de
gás natural na sua costa mediterrânica na última década. Em 2016, Delek e Noble
assinou o primeiro acordo de exportação, no valor de 10 mil milhões de dólares,
com a duração de 15 anos, para fornecer 45 mmmc de gás à Jordânia.
Os negócios
do gás refletem os interesses estratégicos partilhados com a Jordânia e o
Egito, ambos importantes aliados dos EUA. Israel mantém discretos laços de
segurança com ambos os países, em particular o Egito, que está a combater uma
insurgência de militantes no Sinai, próximo da fronteira israelita.
O ministro
da Energia israelita, Yuval Steinitz, classificou o negócio como "um marco
muito importante".
Em declarações à rádio do exército, disse: "Esta é
a primeira vez desde a assinatura dos acordos de paz com a Jordânia e o Egito
que há grandes negócios de exportação entre Israel e o mundo árabe". O
primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, saudou o que designou "um
acordo histórico", dizendo que pode propiciar milhares de milhões de
dólares para os cofres estatais.
Netanyahu adiantou que o negócio validou o
controverso acordo de 2016 com o consórcio Delek para desenvolver os campos de
gás israelitas. Vários críticos, entre os quais deputados da oposição,
apontaram que o acordo estava enviesado em favor das empresas. "Hoje foi
um dia alegre", declarou.
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