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Fãs israelenses de Lorde processam ativistas por cancelamento de show

Fãs israelenses de Lorde processam ativistas por cancelamento de show

Adolescentes reivindicam R$ 41,7 mil ao movimento que pediu boicote da turnê em Israel.

JERUSALÉM — A mais recente artista internacional a boicotar Israel em protesto contra a ocupação da Cisjordânia, Lorde agora se tornou a primeira a dar origem a uma ação judicial por cancelar um show no país do Oriente Médio.

Na quarta-feira, o Centro de Direito de Israel, Shurat HaDin, anunciou ter entrado com um processo em nome de três adolescentes israelenses — fãs da cantora que comprar ingressos para o show cancelado em Tel Aviv. Na ação, elas pedem indenização de 45 mil shekels (cerca de R$ 41,7 mil) a duas ativistas neozelandesas ligadas ao BDS (da sigla em inglês para Boicote, Desinvestimento e Sanções) que escreveram uma carta convencendo Lorde a cancelar o show.

Lorde anunciou em dezembro de 2017 que tinha intenção de se apresentar em Israel com a turnê mundial de seu segundo álbum, “Melodrama”, mas depois de receber críticas de ativistas da Nova Zelândia, seu país de origem, além de pessoas de outras nações, ela afirmou que cancelaria a performance. A artista disse que "não tomou a decisão correta" em sua vontade inicial de cantar na capital israelense.

O processo tem por base uma controversa lei de 2011 que pretende enfrentar os pedidos de boicote ao país. Ela permite ações contra "quem publica pedidos públicos de boicote contra o Estado de Israel". Apesar do caso ser julgado em Jerusalém, a lei se aplica a cidadão estrangeiros e pode ter efeito em outros países, graças a tratados internacionais.

Segundo Nitsana Darshan-Leitner, diretora da Shurat Hadin, o objetivo do processo não é o dinheiro.

"Queremos deixar claro que Israel vai se defender de agora em diante contra aqueles que tentam nos boicotar", disse ela. "Os cidadãos de Israel não vão ficar calados diante dessas ameaças. Queremos que todos saibam que há um preço a pagar quando se boicota Israel."

Darshan-Leitner disse que a lei só se aplicar àqueles que fazem os pedidos de boicote e, no caso, "a cantora não é a vilã. Ela não teve más intenções, foi influenciada por outros, mal informada a tendenciosa para o argumento de um dos lados."

Os argumentos para Lorde não se apresentar em Tel Aviv foram apresentados numa carta aberta por escrita por Sachs e Abu-Shanab e publicada online em dezembro, pouco depois do anúncio do show marcado para 5 de junho. Na carta, Sachs e Abu-Shanab se identificam como "duas jovens mulheres baseadas em Aotearoa, uma judia e uma palestina."

"Desde 1967, Israel ocupa militarmente a Palestina na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental e na Faixa de Gaza. A ocupação é considerada uma afronta à lei internacional e os assentamentos israelenses na área violam explicitamente a Convenção de Genebra", diziam elas na carta. "Nesse contexto, a apresentação em Israel manda a mensagem errada. Tocar em Tel Aviv será visto como um apoio às políticas do governo israelense, mesmo se nenhum comentário for feito."

Sachs e Abu-Shanab são ligadas ao BDS, um movimento inspirado pela campanha que visou derrubar o regime do apartheid na África do Sul e está buscando o fim da ocupação israelense da Cisjordânia. Para Israel, o BDS é uma ameaça estratégica que o governo acusa de antissemitismo. Os ativistas, porém, negam essa visão e a consideram uma forma de diminuir o valor de suas campanhas.

Em julho, o movimento não conseguiu convencer a banda inglesa Radiohead a cancelar um show em Tel Aviv, apesar de receber apoio de artistas renomados como o artista Roger Waters, um dos fundadores do Pink Floyd, e o diretor Ken Loach.

Outros músicos engajados politcamente também cancelaram shows em Israel nos últimos anos, como a cantora americana Lauryn Hill e o artista britânico Elvis Costello. Em 2015, Roger Waters pediu que Caetano Veloso e Gilberto Gil não se apresentassem no país. Caetano respondeu a carta, justificando porque manteria o show. Durante a visita, os músicos brasileiros se encontraram com o ex-presidente de Israel Shimon Peres e visitaram os territórios palestinos na Cisjordânia.



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