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Os Khazares e a conversão ao judaísmo

Os Khazares e a conversão ao judaísmoA história de uma tribo e da sua conversão ao judaísmo.

Antes do sucesso editorial do “Dicionário Kazar”, do escritor iugoslavo  Milorad Pávitch, publicado em 1989, uma genial obra de ficção que tem como bases: o sonho, a fantasia e o conhecimento, em especial da questão khazar, um fato real, em que representantes do clero cristão, muçulmano e hebraico discutiram sobre a conversão daquele povo ao judaísmo, Arthur  Koestler -1905/1983) nos brindou antes da obra ficcional, com um livro com base no enfoque histórico e antropológico daquele povo que habitava as estepes a oeste do Mar Cáspio. “Os Khazares - a 13ª tribo e as origens do judaísmo moderno”, nos revela uma rica e minuciosa abordagem histórica da questão e dá um tratamento cientifico à trajetória histórica daquele povo.

Autor de vários livros, Koestler aborda a misteriosa conversão dos khazares ao judaísmo no século VIII, o que passa de certa forma pela epopeia da formação dos búlgaros, húngaros e russos, o que se funde de certa forma com a sua história. Ele defende uma tese de que os ashkenazim –uma da duas categorias na qual se dividem os judeus de nossa época, a outra seria os sefarditas, que viveram desde a antiguidade remota na Espanha, Sefarad em hebraico, até serem expulsos no fim do século XV, quando se instalaram na costa do Mediterrâneo, nos Balcãs e em menor escala na Europa Ocidental -, não seriam semitas, mas descendentes dos khazares, um povo de origem turcomana.

O autor não é conclusivo nas suas afirmativas e deixa ao leitor sozinho o atributo de julgar uma questão polêmica, que tem um enfoque abrangente passando de forma transversal pelos campos da cultura, da religião, da linguística, da etnologia e mesmo da política, compreendido num espaço de tempo de mais de  mil anos.

Koestler também nos mostra que hoje, a palavra judeu é praticamente sinônima de ashkenazim, “mas o termo é enganador, pois, na literatura rabínica medieval, a palavra hebraica  “Ahskenaz” aplicava-se à Alemanha,  contribuindo, portanto, para a lenda que os judeus modernos têm sua origem no Reno.”

O livro é dividido didaticamente em três partes. Na primeira, o autor fala das ascensão, conversão, declínio e queda dos khazares, com base segundo ele “nas frágeis fontes que se conservam até os dias de hoje”.

Na segunda parte que trata do êxodo, das origens, correntes secundárias e da controvérsia entre raça e mito, ele reúne o que considera provas históricas evidenciando que a maioria dos judeus orientais, -e portanto de todo o mundo-, é de origem khazar-turca, ao invés de semita, abrindo o debate para uma grande e ampla polêmica.
Na parte final, onde reúne uma série de notas sobre a ortografia, sobrer as fontes pesquisadas e sobre a “Correspondência Khazar”, um conjunto de documentos, ele conclui a pesquisa com um texto sobre as implicações de Israel e da Diáspora na tentativa de mostrar que as provas oferecidas pela Amntropologia convergem com evidências históricas, ao recusar a crença amplamente difundida de que, numa raça judaica descente de uma tribo bíblica.

Os Khazares também aborda as circunstâncias em que se realizou a sua conversão ao judaísmo, num clima de mistério devido a diversas lendas, uma das quais conta que o rei daquele povo, o Kagan, que fora pagão até adotar o cristianismo, ao perceber que a religião não preenchia as suas expectativas convocou um sábio que o aconselhou: “Alteza os donos das escrituras sagradas são três (árabes, judeus e cristãos). Reúna-os, e peça-lhes que defendam as suas crenças e depois siga o que se revelar o dono da verdade.”


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O livro também aborda a formação dos guetos, os massacres de judeus e sua perseguição ao longo do tempo, bem como questões culturais como a formação do iídiche, um amálgama curioso de hebraico, alemão medieval, elementos eslavos e outros, escritos em caracteres hebraicos. Ele também conclui: que a contribuição dos khazares para a formação genética dos judeus, um povo altamente miscigenado, deve ser substancial e provavelmente dominante. 

Cabe lembrar que embora hoje quase desconhecido, o reino dos khazares foi uma das grandes potências europeias durante os séculos VII a X e que vivia no limite entre o Ocidente e o Oriente. Este império deu origem aos ashkenazim,a décima terceira tribo  de Judá formada por um povo não semita, derrubando assim qualquer possibilidade de anti-semitismo  e ao mesmo tempo afastando a população judaica de qualquer relação direta com o povo escolhido, uma polêmica para ninguém botar defeito.

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