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Israelenses manifestam em Tel Aviv em apoio aos iemenitas judeus em busca de seus filhos - AFP |
Ativistas de direitos humanos e
famílias de imigrantes que chegaram pouco depois da criação do Estado de Israel
em 1948 afirmam que milhares de bebês foram tirados de seus pais biológicos,
principalmente de famílias judaicas iemenitas ou chegadas de outros países
árabes e dos Bálcãs.
Afirmam que os bebês foram
entregues a casais judeus asquenazes (do leste europeu) para adoção, tanto em
Israel como no exterior.
Os sefardins (judeus de países
árabes) acusaram de racismo e discriminação o governo, então controlado pelos
asquenazes.
Os ativistas asseguram que as
autoridades convenciam os pais de que seus filhos haviam morrido, mas nunca
mostraram seus cadáveres.
Para tentar fechar este caso, a
justiça aceitou o pedido de 17 famílias cujos filhos foram declarados mortos e
que pediram testes genéticos sobre os restos de seus alegados familiares.
As famílias suspeitam que as
autoridades mentiram para eles sobre a identidade dos mortos para esconder o
“tráfico infantil”.
“A decisão foi tomada para fazer
avançar a investigação sobre a morte e enterro de crianças do Iêmen, de países
árabes e dos Bálcãs cujas famílias foram informadas de suas mortes nos anos
após a criação do Estado”, disse o ministério em um comunicado.
Várias investigações oficiais
realizadas no passado concluíram que a maioria das crianças desaparecidas
haviam morrido devido a condições sanitárias precárias nos campos onde suas
famílias foram acolhidas.
Pouco depois da criação de
Israel, as autoridades criaram campos para administrar o fluxo de novos judeus
imigrantes, essencialmente dos países árabes.
Mas as investigações oficiais não
serviram para dissipar as dúvidas.
A associação Amram, que acusa as
autoridades de sequestrar milhares de crianças na década de 1950, expressou
ceticismo sobre a eficácia dos exames a serem realizados.
“Este caso é muito complexo e
acreditamos que o Estado deve reconhecer que um crime foi cometido”, considerou
Naama Katihi, membro da associação, de acordo com o jornal Maariv.