Uma lei duvidosa, aprovada esta semana, dá ao ministro do Interior de Israel o poder de derrubar estatutos municipais e interferir nas empresas e lojas, para que elas fechem no Shabat. O Knesset aprovou o projeto de lei, com uma votação final de 58 a 57, após 15 horas de discussões internas.
O projeto de lei, patrocinado pelo ministro do Interior Aryeh Deri, que preside o grupo ultra-ortodoxo Shas, entrega a ele a autoridade para supervisionar e rejeitar os estatutos municipais, relacionados às operações das lojas e empresas durante o Shabat.
A lei não afetará Tel Aviv, que o Tribunal Superior decidiu que poderia ter seus próprios estatutos e que as lojas poderiam permanecer abertas no Shabat.
Os lÃderes da coalizão tentaram conquistar os votos necessários. Eles “suavizaram” o projeto, dispensando de se fechar as lojas de conveniência que estivessem anexadas a postos de gasolina. Entretanto, rejeitou uma emenda que excluà as lojas no centro turÃstico em Eilat.
A legislação intensificou o debate, polarizador entre os partidos religiosos e religiosos seculares de Israel, há quase uma década, centrados em comprometer o caráter judaico do paÃs.
O lÃder do partido Shas, Aryeh Deri
Os crÃticos da chamada "lei do supermercado" veem isso como uma tentativa de impor observância religiosa ao público israelense. Pelo menos cinco legisladores do partido Yisrael Beytenu, do ministro da Defesa Avigdor Liberman, prometeram se opor ou abster-se durante a votação, juntamente com Sharren Haskel, do partido Likud, que também abriga o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Com receio de novas “brigas”, Netanyahu advertiu o seu partido, em uma reunião a portas fechadas, de que “qualquer um que votasse contra a medida, seria a favor de derrubar o governo", informou a imprensa israelense. Os partidos ultra-ortodoxos formam uma base central no governo de coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.