
"[Mahmud Abbas] espera dos
ministros dos Negócios Estrangeiros europeus que eles reconheçam colectivamente
o Estado da Palestina", em resposta à decisão do [Presidente
norte-americano] Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel,
disse Al-Malki, em entrevista à agência noticiosa francesa AFP. "É muito
importante", insistiu.
O Presidente da Autoridade Palestina
vai reunir-se na segunda-feira, num almoço de trabalho, com a chefe da
diplomacia da UE, Federica Mogherini, e os 28 ministros dos Negócios
Estrangeiros, à margem da sua reunião mensal, tal como aconteceu com o primeiro-ministro
israelita, Benjamin Netanyahu, a 11 de Dezembro último.
"Se os europeus querem ter
um papel, então devem ser justos no seu tratamento das duas partes, e tal
deverá começar com o reconhecimento do Estado da Palestina", defendeu o
chefe da diplomacia palestina.
Al-Malki sublinhou, por outro
lado, que Mahmud Abbas "continua empenhado" no processo de paz no
Médio Oriente, respondendo ao receio de alguns Estados-membros após o recente
discurso corrosivo do Presidente palestino declarando "o fim" dos
acordos de paz de Oslo (1993).
"Ele vai dizer [aos
europeus]: 'Não vou retirar-me do processo de paz. Continuarei empenhado, mas
declaro que acabou a exclusividade do Governo norte-americano como único
mediador do processo de paz'", explicou Al-Malki.
A visita de Abbas a Bruxelas
coincide com uma viagem sob pressão do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike
Pence, ao Médio Oriente (Egipto, Jordânia e Israel), boicotada pelos dirigentes
palestinos.
A esse propósito, Netanyahu
enviou hoje de Jerusalém um recado ao responsável palestino.
"Tenho uma mensagem para
Abbas: não há alternativa à liderança dos Estados Unidos no processo
diplomático. Quem não estiver disposto a falar com os norte-americanos sobre
paz, é porque não quer a paz", disse o chefe do executivo israelita
durante uma reunião de embaixadores no Ministério dos Negócios Estrangeiros.