
"Aos que buscam uma reconciliação, pedimos que reconheçam o Estado de Israel, desmantelem o braço armado do Hamas e cortem suas relações com o Irã, que pede nossa destruição", afirmou o premiê Benjamin Netanyahu em um comunicado, em referência à tentativa dos grupos palestinos de superarem suas divisões.
Israel e o Hamas travaram três guerras na Faixa de Gaza desde 2008. "Nós não estamos dispostos a aceitar reconciliações tácitas entre palestinos por causa de nossa experiência", disse Netanyahu. O governo palestino se reuniu em Gaza pela última vez no final de 2014, após a última guerra com Israel.
Apesar dos esforços de reconstrução e da insistência da comunidade internacional sobre a necessidade do retorno da Autoridade Palestina à Gaza, a discórdia se sobrepôs ao movimento de paz. Em setembro, o Hamas acabou por aceitar o retorno da Autoridade Palestina sob pressão do Egito e depois que Mahmud Abbas, presidente do Estado palestino, parou de pagar a conta da eletricidade fornecida por Israel ao território.
Abbas: “não aceito reproduzir a experiência do Hezbollah no Líbano"
Uma das questões é saber se o Hamas, com uma Força Armada estimada em cerca de 25 mil homens, estaria pronto para entregar o controle da segurança à Autoridade.
"Os pontos de passagem (com Israel e o com o Egito), a segurança, os ministérios, tudo deve ser encabeçado pela Autoridade Palestina", disse Abbas, acrescentando que "será um único Estado, um único sistema, uma única lei e uma só arma". "Para ser mais claro: não aceito reproduzir, ou clonar, a experiência do Hezbollah no Líbano", disse ele, referindo-se à influência do grupo armado na vida política libanesa.
Tais questões espinhosas serão discutidas pelo Fatah e pelo Hamas nos próximos dias no Cairo. A reconciliação "exigirá esforços, tempo e trabalho", ressaltou Abbas, enquanto o porta-voz do governo, Youssef Mahmoud, alertou que "não há varinha mágica".