
Com a saída dos EUA não haveria como Israel continuar. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que a Unesco se tornou um “teatro do absurdo porque, em vez de preservar a história, ela a distorce”, e congratulou-se com a decisão de Trump.
A discriminação a Israel pela Unesco, segundo A. J. Caschetta, acadêmico do Rochester Institute of Technology e membro do Fórum do Oriente Médio, apaga, nega e encobre a história. “Uma instituição cujo lema é ‘construir a paz nas mentes de homens e mulheres’ certamente seria uma influência positiva no Oriente Médio. Porém, é o inverso. Ela é a ponta de lança da agressividade da ONU contra Israel”, diz ele.
A Unesco tem se esforçado em apagar a história judaica na Terra Santa
Caschetta explica que a agência tem se esforçado em apagar a história judaica na Terra Santa. E faz isso ignorando os milenares nomes originais em hebraico dos locais em Israel e substituindo-os por nomes árabes mais recentes. Refere-se ao Monte do Templo (do Templo de Salomão) como “Haram al-Sharif” e ao Muro das Lamentações como a Praça Al-Buraq (”Buraq” sendo o mítico cavalo voador com a cabeça de mulher que a tradição islâmica diz ter levado Maomé para uma visita ao céu). Esse fenômeno tornou-se conhecido como a Negação do Templo.
Miriam Elman, professora de Ciências Políticas da Syracuse University, chama de “uma tentativa de usurpar a história judaica” as declarações do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco negando os vínculos judaicos com a Caverna de Machpelah e a Tumba dos Patriarcas Judeus na Cidade Velha de Hebron (chamada pela Unesco de “Al Khalil”). Em julho, a agência apagou o judaísmo tanto da Cidade Velha quanto da tumba, declarando-os “partes da Palestina”.
A Unesco incluiu antigos lugares históricos judaicos em segurança e sob o controle israelense em sua lista de “Locais do Patrimônio Mundial em Perigo”, retratando os cuidados e a manutenção dos sítios sagrados – tanto para judeus como para muçulmanos e para cristãos – como “tentativas de destruir a herança islâmica”. Em abril de 2016, acusou Israel de plantar “falsos túmulos judaicos” em Jerusalém, Belém e Hebron. Em 2012, aprovou um pedido da Autoridade Palestina para listar a Igreja da Natividade, em Belém, como um Patrimônio Mundial em extinção devido a “ostensivas ameaças israelenses”.
Leia também: O Brasil contra Israel e a história na Unesco (artigo de Alexandre Nigri, publicado em 21 de outubro de 2016)
A Unesco ignora os ataques palestinos que ameaçam os locais históricos judeus e cristãos que não estão sob o controle israelense. O túmulo de José, em Nablus, foi incendiado por palestinos em 2000 e novamente em 2015. O túmulo de Raquel, em Belém, tem sido alvo de numerosas ações de destruição, incluindo um incêndio em setembro de 1996 e explosões em 10 de abril de 2005 e em 27 de dezembro de 2006. Em 2010, a Unesco declarou que o túmulo da matriarca Raquel era a mesquita Bilal ibn Rabah.
Em 2002, terroristas palestinos se apoderaram da Igreja da Natividade, em Belém, e mantiveram os monges reféns por 39 dias, disparando armas contra soldados israelenses, que eles sabiam muito bem que respeitariam a antiga igreja em vez de reagir. Os terroristas trataram o lugar sagrado para os cristãos como se fosse uma latrina da OLP. Quando finalmente negociaram sua retirada, roubaram objetos religiosos e deixaram para trás bombas, armadas para explodir quando tocadas.
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O braço da ONU que deveria se dedicar à educação e cultura acoberta o terrorismo. Em 2012, financiou a cadeira de Astronomia e Astrofísica na Universidade Islâmica de Gaza. De acordo com Israel, o Hamas usa a universidade como “depósito de armas e local secreto para reuniões de líderes militantes e emprega os laboratórios para desenvolver e produzir explosivos e foguetes”.
Após a Unesco admitir a Palestina como membro, em 2011, a administração Obama cortou a contribuição financeira americana e Israel fez o mesmo. Esperava-se, com isso, uma reforma que a fizesse retornar ao caminho para o qual foi criada, superando a obsessão em apagar o vínculo judaico com a Terra Santa. Os EUA, como principais doadores, concluíram que os esforços para a reforma deram em nada e decidiram abandonar a organização que se desviou de seus propósitos e escolheu falsificar a história.
No entanto, ainda resta a esperança de que a Unesco retome seus bons e verdadeiros objetivos, evitando que outros países também deixem a organização e, talvez, trazendo de volta Israel e os Estados Unidos.
Szyja Lorber, professor e jornalista, assessora entidades da comunidade israelita do Paraná. Ari Zugman é empresário e presidente da Federação Israelita do Paraná.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/as-razoes-para-israel-deixar-a-unesco-a3oo30goyxk2qoxwuw7jamsy3
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/as-razoes-para-israel-deixar-a-unesco-a3oo30goyxk2qoxwuw7jamsy3