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Os segredos da Teshuvá

Os segredos da Teshuvá Rabino Jonathan Sacks

Se paramos para pensar, de onde é que a civilização ocidental tirou a idéia de que as pessoas podem mudar? Não é uma idéia óbvia. Grandes culturas simplesmente não pensavam assim. 

Os gregos, por exemplo, acreditavam que somos o que somos, e não podemos mudar este fato. Eles acreditavam que caráter é destino, e o personagem em si é algo com que nascemos, embora seja necessária muita coragem para atingir nosso potencial. Pessoas nascem heróis, não se tornam heróis. Platão acreditava que alguns seres humanos eram de ouro, outros de prata e outros de bronze. Aristóteles acreditava que alguns nascem para governar e outros para serem governados.

Estes conceitos são precisamente o oposto da frase-chave que dizemos em Rosh Hashaná e Iom Kipur,”Teshuvá, Tefila e Tzedaka suspendem o decreto mal”. Isso é o que aconteceu com os habitantes da cidade de Ninve na história de Jonas que lêmos em Mincha de Yom Kippur. Houve um decreto em que a cidade seria destruída, mas os cidadãos de Nínve se arrependeram, e o decreto foi cancelado. Não há destino que é final, sem uma segunda opinião, sem uma segunda chance, sempre existe a possibilidade de cancelar um decreto divino para dar lugar a outro.

Cada vez me parece mais que judaísmo foi o primeiro sistema no mundo a desenvolver um senso claro de livre-arbítrio humano. Como Isaac Bashevis Singer disse, “Nós temos que ser livres, não temos escolha”. Essa é a essência da idéia de teshuvá. Não é apenas a confissão, não é apenas dizer “Al Chet SheChatanu” (Sobre o pecado que pecamos). Não é apenas o remorso. É a vontade de mudar, a decisão que tomo aprendendo com meus erros, a vontade de agir de forma diferente no futuro. Parafraseando o Rav Soloveitchik “ser judeu é ser criativo, e nossa maior criação é nós mesmos”.

Um poderoso exemplo: Moshe Rabenu. Podemos vê-lo no início de sua missão como um homem com dificuldade para falar e se expressar. “Eu não sou um homem de palavras” (e outros exemplos). Mas, no final, este é o mais eloqüente e visionário de todos os profetas. Moshe mudou!

Foi o judaísmo, através do conceito de Teshuvá, que trouxe ao mundo a idéia de que podemos mudar. Nós não estamos predestinados a continuar a ser o que somos. Ainda hoje, esta continua a ser uma idéia radical. Muitos biólogos e neurocientistas acreditam que o nosso caráter e ações são totalmente determinadas pelos nossos genes, pelo nosso DNA. Escolhas, mudança de caráter e livre-arbítrio são – eles dizem – ilusões.

Mas eles estão errados! Mudar é sim possível, caso queiramos mudar! E este é o desafio de teshuvá!

Existem dois tipos de problema na vida: as técnicas e adaptativas. No primeiro, você vai a um especialista para a solução. Você está se sentindo mal, vai ao médico, ele diagnostica a doença e prescreve um comprimido. Isto é um problema técnico! O segundo é quando nós mesmos somos o problema. Você está acima do peso ou tem problemas com álcool, por exemplo, se você não mudar seu estilo de vida, todas as pílulas do mundo não vão ajudar. Isso é um problema de adaptação!

Problemas adaptativos exigem a Teshuva, e a própria Teshuva tem como premissa a proposição de que podemos mudar! Com demasiada frequência, dizemos a nós mesmos que não podemos. Estamos muito velhos, nossos atos já se tornaram parte de nossas vidas. Muito trabalho, um mundo desconhecido. E quando nos dizemos essas coisas, nos privamos do maior presente que D’us deu para nós: a capacidade de mudar! E este foi um dos maiores presentes do Judaísmo à civilização ocidental!

Este é o nosso chamado divino em Yom Kipur. Este é o momento em que nos perguntamos onde estamos errando? Onde falhamos? E é quando percebemos, interiorizamos e respondemos a nós mesmos que temos a coragem de mudar. Se acreditamos que não podemos, nunca iremos. Se acreditarmos que podemos, aí sim conseguiremos!

A grande questão de Yom Kipur é: Será que vamos crescer em nosso judaísmo, em nossa maturidade emocional, nosso conhecimento ou vamos ficar do jeito que estamos? Estagnados em nosso destino? E para crescer, precisamos mudar.
Que este ano seja o início de uma excelente nova vida para cada um de nós! Mas que tenhamos a coragem de crescer!

Baseado nas palavras do Rav Jonathan Sacks


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