TEL AVIV (Reuters) - Uma década depois de sua indústria televisiva ter inspirado as séries norte-americanas de sucesso "Homeland" e "Em Terapia", Israel está intensificando suas exportações na área de entretenimento, e um diplomata e um agenciador de talentos estão atuando como seus embaixadores em Hollywood.
Embora os formatos para televisão representem só uma fatia das exportações israelenses totais --268 milhões de dólares, ou 0,2 por cento, em 2016--, eles abrem outra janela para um país que se queixa de uma cobertura jornalística desfavorável no conflito com os palestinos.
Entram em cena Sam Grundwerg, cônsul-geral de Israel em Los Angeles, e Adam Berkowitz, codiretor do departamento de TV da Agência de Artistas Criativos (CAA, na sigla em inglês). Eles vêm divulgando seu país como uma fonte rica em conteúdos para TV dignos de adaptação para as audiências dos Estados Unidos ou de exibição no exterior por meio de traduções.
"Homeland" e "Em Terapia" tiveram suas tramas adaptadas para os EUA, mas Grundwerg disse que o fato de serem baseadas em programas israelenses cria relacionamentos com Hollywood que contribuem para a imagem de seu país.
Nesta semana a dupla recebeu mais de 100 executivos de entretenimento de 20 nações em uma conferência realizada em Tel Aviv, com patrocínio de seu governo, na qual estúdios e roteiristas israelenses disputaram compradores. Suas propostas para documentários e dramas foram apresentadas com expressões idiomáticas e legendas caprichadas em inglês.
"Isto é algo que o primeiro-ministro (Benjamin Netanyahu) aprecia muito, por ser uma criatura da mídia e alguém que entende o compartilhamento de opiniões", disse Grundwerg à Reuters. "Isto proporciona o maior impacto possível pelo investimento em termos de apelo. Estas são coisas que transcendem a política e o tribalismo."
O ativismo político israelense "não funciona comigo e não funciona com outros", afirmou. "Isto (o alcance do entretenimento) é o que cria, para as pessoas, uma associação com Israel em nível vivencial, emocional."