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Konrad Adam, Frauke Petry e Bernd Lucke |
O partido 'Alternativa para a Alemanha' deverá posicionar-se como a terceira força política do país.
Os resultados do partido de extrema-direita ‘Alternativa para a Alemanha’, AfD na sigla original, que deverá posicionar-se como a terceira força política no parlamento alemão, segundo as projeções das eleições legislativas deste domingo, está a preocupar os judeus, que desafiam os restantes partidos a não se aliarem à AfD.
As projeções iniciais apontam para um resultado histórico, com a extrema-direita a obter 13,5% dos votos e a permitir ao partido AfD assento no Bundestag, pela primeira vez desde os anos 1950, como resultado do esforço do povo alemão para se distanciar dos horrores do Holocausto nazi, refere a agência Reuters.
Ronald Lauder, presidente do World Jewish Congress, com sede em Nova Iorque, afirma que a Chanceler Angela Merkel tem sido “uma amiga verdadeira de Israel e do povo judeu”, criticando a vitória do AfD numa altura em que o espírito anti-semita cresce em todo o mundo. “É abominável que o partido do AfD, um movimento reacionário vergonhoso que recorda o pior do passado da Alemanha e que deve ser banido, tenha, agora, a capacidade de promover a sua campanha vil no parlamento”, declarou Lauder.
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Protestos em Berlim contra Alternativa |
Já o Congresso Judaico Europeu desafiou os partidos do centro a manterem-se firmes e a não aceitarem coligações com a extrema-direita. “Algumas das posições que [a AfD] adotou durante a campanha eleitoral exibem níveis alarmantes de intolerância que já não eram vistos na Alemanha há muitas décadas e que, evidentemente, causam grande preocupação aos judeus alemães e europeus “. Também o Conselho Central de Judeus na Alemanha veio já afirmar que os resultados eleitorais confirmar os seus piores receios. “Espero que as forças democráticas do país exponham a verdadeira natureza do AfD e das suas promessas populistas vazias”, declarou o presidente do conselho, Josef Schuster.
Recorde-se que a AfD recusa ser um partido racista ou anti-semita, mas defende que a imigração põe em risco a cultura alemã, tendo sido fortemente crítico da decisão de Angela Merkel de abrir as fronteiras do país a mais de um milhão de refugiados, em 2015. Existem, hoje, na Alemanha cerca de 200 mil judeus e o país ganhou, nas última décadas, uma reputação de tolerâncias. Mas os dados oficiais mostram que os crimes anti-semitas registados pela polícia cresceram 4% para 681 ocorrências nos primeiros oito meses do ano.