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Gueto de Varsóvia |
A comunidade judaica na Polônia teme por sua segurança por causa do aumento do antissemitismo no país. Antes da II Guerra Mundial, viviam no país cerca de 3,3 milhões de judeus, ou 10% da população polonesa na época, um número que atualmente ficou reduzido a apenas 10.000 pessoas.
Devido a esse temor, representantes da comunidade judaica local decidiram escrever para Jaroslaw Kaczynski, líder do partido governista Lei e Justiça, para pedir que condene o antissemitismo crescente. “Nos vemos obrigados a escrever esta missiva diante da inquietação por nossa segurança consoante a situação no país se torna para nós mais perigosa”, afirmam na carta os líderes da comunidade judaica Leslaw Piszewski e Anna Chipczynska. Eles ressaltam que “as atitudes antissemitas aumentaram na Polônia nos últimos meses, junto com uma radicalização de parte da sociedade que contribui para atitudes agressivas, de ódio e violência contra a comunidade”.
A denúncia não é nova, já que, em janeiro, um estudo apresentado pelo Centro de Pesquisa sobre Preconceitos da Universidade de Varsóvia revelou que o ódio aos judeus aumentou nos últimos dois anos, especialmente entre jovens, e alertou para um “alarmante” aumento do discurso antissemita na internet.

Exemplos dessas atitudes de ódio, especialmente antissemitas, são frequentes na Polônia, onde regularmente ocorrem profanações de cemitérios judeus, com pichações ou destruição de lápides.
Rafal Pankowski, líder de uma ONG que, desde 1996, luta contra o racismo e a xenofobia no país centro-europeu, definiu os dados como “alarmantes” e destacou que desde meados de 2015 acontecem cinco ou mais agressões xenofóbicas ou racistas por dia, enquanto que, em anos anteriores, o número de incidentes desse tipo era de cinco a dez por semana.
Fonte: Exame.