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Facebook, Google, Airbnb estão impossibilitando que grupos da extrema direita usem suas plataformas

Facebook, Google, Airbnb estão impossibilitando que grupos da extrema direita usem suas plataformasFacebook,Google, Airbnb... Como a internet está reagindo aos neonazistas nos EUA.

Empresas de tecnologias estão impossibilitando que grupos da extrema direita usem suas plataformas para arrecadar dinheiro, publicar textos, alugar quartos, hospedar sites.

Cada vez mais empresas de tecnologias estão impossibilitando que grupos neonazistas ou que defendam a supremacia branca usem suas plataformas.

Indo de A (de AirBnb) a Z (de Zoho), passando por F (de Facebook) e G (de Google), a lista tem aumentado desde que a violência tomou as ruas de Charlottesville, nos EUA. Mais de 30 ficaram feriados e um morreu no embate entre neonazistas e opositores neste fim de semana.

A reação das companhias sufoca a atuação desses grupos em três frentes:
Infraestrutura
Comunicação
Financiamento

Sem teto: AirBnb
Antes dos confrontos recentes, já tinha empresa que fechava suas portas para militantes de extrema-direita. É o caso do AirBnb.

Após ser alertada por usuários, a plataforma de hospedagem colaborativa cancelou a reserva de ativistas em Charlottesville.

“Violência, racismo e ódio demonstrados por neonazistas, ‘alt-right’ e adeptos da supremacia branca não deveria ter lugar nesse mundo”, afirmou Brian Chesky, presidente-executivo do AirBnb.

A impossibilidade de reservar quartos do serviço não impediu uma multidão de invadir as ruas da cidade para protestar contra a decisão da prefeitura de derrubar a estátua de Robert E. Lee (1807-1870). O comandante confederado lutava para dar sobrevida à escravidão nos EUA.

Sem site: Google, GoDaddy, Zoho e Sendgrid

Facebook, Google, Airbnb estão impossibilitando que grupos da extrema direita usem suas plataformasUm dos canais para organização da marcha, chamada de “Unir a direita”, foi o site The Daily Stormer. Ele foi classificado como o "maior difusor do ódio nos EUA" pela organização pró-direitos humanos Southern Poverty Law Center. Um dos textos chamava Heather Heyer, a mulher que foi atropelada por um simpatizante neonazista, de “gorda e sem filhos”.

O site teve sua hospedagem cancelada pela GoDaddy, maior administradora de domínios na internet do mundo. Depois, o Google também cancelou. O site tentou se abrigar na Zoho e Sendgrid, mas também não teve sucesso.

Os links do texto sobre Heather invadiram os feeds no Facebook. Após ser curtido mais de 65 mil vezes, o texto foi excluído pelo Facebook por veicular discurso de ódio.

A rede social informou que faria isso automaticamente com posts que tivessem links para o texto. Pouparia os com um texto condenando ideais neonazistas. Mesmo assim, só seriam aceitos após aprovação da equipe que observa o cumprimento dos termos de comunidade.

O Facebook deletou páginas de oito grupos de discussão de extrema-direita e cancelou o evento criado para a marcha “União da Direita”.

O fórum de discussão Reddit também deletou a página de uma comunidade usada para espalhar ideias com essa orientação.

Ainda no sábado (12), um grupo de usuários do Twitter criou um perfil, o Yes, You are a Racist (Sim, Você é Racista), para identificar participantes da marcha.
O Discord foi outro a proibir extremistas. O serviço de bate-papo para gamers cancelou contas de pessoas associadas aos eventos de Charllotesville e desligou o servidor AltRight, servidor ligado ao nacionalista branco Richard Spencer.

Apesar de ser pouco conhecido fora da comunidade dos jogos online, o site tem sido um canal relevante para supremacistas.
“Nós condenamos inequivocamente a supremacia branca, neonazismo ou qualquer grupo ou ideologia baseada nessas crenças”, afirmou Eros Resmini, diretor de marketing do Discord, em nota.

Sem dinheiro: Coinbase, PayPal, Patreon, GoFundMe

O caso do atropelamento de Heather Heyes não foi encerrado com o homem atrás do volante, o jovem James Fields Jr., de 19 anos. Acusado de inúmeros crimes, inclusive por homicídio em segundo grau. Ainda assim, diversas “vaquinha online” foram abertas no site de financiamento coletivo GoFundMe, que as interrompeu assim que soube.

“Essas campanhas não arrecadaram nenhum dinheiro e foram removidas imediatamente”, afirmou Bobby Whitorne, diretor de comunicações estratégicas da GoFundMe.

O site “The Daily Stormer” também foi atingido em cheio no bolso. Depois de ter a hospedagem recusada por boa parte de administradores de domínio, a página foi para a Dark Web.

Lá, passou a ter as transferências de bitcoin bloqueadas pela Coinbase, que armazena carteiras virtuais da moeda criptográfica. “Ainda que não comentemos sobre casos específicos, Coinbase proíbe o uso de contas que abusam, assediam, ameaçam ou provem a violência contra os outros”, informou a empresa.

Outros serviços que lidam com transferência de dinheiro já haviam fechado a torneira. Blogueiros e ativistas alt-right tiveram suas contas no PayPal suspensas pelo menos desde abril.

Patreon e YouCaring, plataformas de financiamento coletivo, tiraram do ar campanhas para sustentar ideias e projetos propostos por extremistas.

O que dizem os manifestantes da extrema direita

Jason Kessler, um dos organizadores da marcha "Unite the Right", usou sua conta no Twitter para reclamar da ação das grandes empresas. Ele falou do AirBnb:
“Apenas porque os ‘alt-right’ têm opiniões com que as pessoas no poder não concordam, eles querem nos derrubar”, escreveu Kessler.

A reação das empresas divide opinião entre organizações pró-direitos civis. A União Americana para as Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) defendeu, em nota, a liberdade de expressão do adeptos da supremacia branca.

“A Primeira Emenda [da Constituição dos EUA] é uma parte crítica da nossa democracia. Ela nos protege dos discursos vis, de ódio e repletos de ignorância. Por isso, a ACLU da Virgínia defende o direito de os supremacistas brancos marcharem. Mas nós não nos calaremos diante da supremacia branca. Os que permanecem em silêncio é que permitem isso. O que inclui nosso presidente”, afirmou a ACLU.

O posicionamento não caiu bem. Janette Martin, presidente da representação da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês) na Virgínia rebateu. Disse que a luta de supremacistas por liberdade de expressão é uma mentira.

“Parece que a liberdade de expressão é secundário aos propósitos principais deles que são causar estragos e violência à comunidade.”

A extrema-direita é um dos grupos que apoiou o presidente dos Estados Unidos Donald Trump em sua campanha para a Casa Branca.

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