Hot Widget

Type Here to Get Search Results !

Costumes dos judeus marroquinos sefarditas

Costumes dos judeus marroquinos sefarditas


Casamento – la novia
Entre os judeus marroquinos,  “tener Hada” quer dizer ter o costume,  assim existem várias tradições que não são explicadas; mas, como “es hada”, são mantidas e se baseiam na afirmação “kostumimos”, ou seja, costumamos ou “no kostumimos”, não é nosso costume. E com essas palavras dá-se o assunto por resolvido e encerrado. Era Da seguir-se ao Dia del Banyo (o dia da Micvá), a comemoração La Noche de La Novia, quando a jovem era vestida com a roupa de “berberisca”, um vestido festivo dos berberes do Norte da África.
Enquanto viviam no Maroccos, nessa noite, véspera do casamento na Chupá, a noiva passeava pelo Mellah, iluminada por tochas, ao som estridente das “bargualás” (gritos guturais de alegria em sinal de festa) das judias marroquinas, enquanto se cantavam Piyutim e a família distribuía doces e moedas aos necessitados. Luzes e som são elementos da alegria de ser judeu e participar da festa da continuidade.
Ditados e konsejas
O saber usar ditados populares, bênçãos e maldições é outra faceta interessante dos sefaraditas, em geral, e uma arte daqueles originários do Marrocos, especialmente quando ditos em Hakitia, a língua habitual dos judeus marroquinos, originada na Espanha e acrescida de palavras árabes e hebraicas. Quando algum convidado chegava numa festa, trazendo sua família  inteira e mais alguns amigos e parentes para a comemoração, vovó costumava dizer, espirituosa: “Vino Fulano kon toda la Rabat”.  Rabat é a capital do Marrocos e, portanto, ela queria dizer, ironizando, que Fulano veio trazendo tanta companhia consigo quanto a população de uma grande cidade.
Costumes dos judeus marroquinos sefarditasOutro ditado curioso é sempre usado quando alguém mora numa casa pequena, onde há pouco espaço: “Lugar no teníamos en la kasa i la abuelita se puso a parir”. Isto é, onde já não cabia ninguém, só faltava a avó ter um bebê. 


Komites o no komites, a la meza te pusites”, era o que vovô  dizia quando um filho ou um convidado não apreciava a comida, mas se mantinha sentado à mesa por educação e respeito. “Hijos no tengo, nietos me lloran”, dito usado quando alguém se preocupa com problemas alheios.“Kon el sol vendrá”, isto é: durma tranqüilo que amanhã se resolve o problema.

Shofea la sahená, la kara de Tisha be Av ke tiene”. Esta frase tem a peculiaridade de usar palavras em árabe, hebraico e espanhol e sua tradução literal é: “Veja a vizinha, a cara de luto que tem”.
No te hagas mala sangre”. Muito verdadeiro. É um apelo para acalmar alguém, explicando que um aborrecimento envenena o sangue.
Frases de bons augúrios são comuns, tais como: Mazal bueno (boa sorte),Dulce lo vivas (que tenhas vida doce), En fiestas i alegrias (em festas e alegrias), Mejorado el despozorio de tu hija (em breve o casamento de sua filha), Kon salud ke lo uses i gozes (que o desfrutes com saúde), El D'io no guadre (que D’us nos livre), Los malahines ke te akonpanien (que os anjos te acompanhem)
Além do vasto refraneiro sefardita, existem inúmeras konsejas, pequenos contos, lendas ou realidade, de conteúdo moral e educativo, que sempre são contados pelos mais velhos, como a célebre história de Sol – La Sadiká', a Justa, que não quis se converter ao islamismo para casar com o Sultão que por ela se apaixonara.  Jurando que jamais deixaria de ser judia, como nascera, foi decapitada  e está enterrada no cemitério de Fez. Sol Hachuel se tornou um  exemplo de fé e amor ao judaísmo.
Amuletos e Meldados (orações)
Hamsa e Shadai são os amuletos preferidos dos marroquinos, além das folhas de arruda, alhos e os ojikos (olhinhos). Havia ainda palavras fortes e muito usadas, tais como Ferazmal, que quer dizer afastado de mal eMalogrado, infeliz. Existem também orações e frases poderosas  para livrar perigos e evitar desgraças.  “Kapará por ti” é um voto que se faz para que um mal que ocorreu seja pequeno e tenha acontecido em lugar da preservação de algo maior, como a saúde e vida de alguém. Ser abençoado pelos avós, ao beijar sua mão, é costume marroquino que se situa entre a realidade respeitosa e a proteção mística.
Na curiosa mistura de religião e superstições, muitas tradições foram-se perdendo por medo de serem ridicularizadas ou por incompreensão e intolerância.
Acreditando em milagres
Uma figura sempre presente entre os judeus de origem marroquina é o pai do misticismo judaico, autor do Zohar, Rabi Shimon Bar Yohai, ou Rabi Shimon para seus adeptos. Nas horas de aflição é a ele que se recorre e seu retrato está presente em todas as casas, na cabeceira dos doentes, no quarto das crianças, associando sua imagem a grandes milagres. Quando uma criança engasga ou chora com dor, a mãe clama automaticamente por Rabi Shimon, “O Mestre dos Milagres” 

e sabe que ele estará presente com os feitos que o fizeram famoso. SuaHilulá, festa de recordação de um Sadik3, é até hoje uma data respeitada em Belém do Pará.

Em momentos difíceis os judeus marroquinos voltam-se  também ao Rabi Meir, o Grande Rabi Meir Ba'al Ha-Ness, em busca de salvação. Pois, sabem que ele é “Senhor dos Milagres”, “Aquele que irradia Luz”, e  que  também acode os aflitos sozinho ou aliado a Rabi Shimon, se o caso exigir uma “dupla com alto poder nos Céus”. Acredita-se que uma doação feita em nome de Rabi Meir é uma segulá, uma ação que atrai bênçãos, para engravidar, infalível para a pronta recuperação, salvaguarda de sofrimentos e até para achar coisas perdidas.
A única certeza
A consciência da mortalidade é na verdade a única certeza que temos.

Entre os judeus marroquinos, lidar com a perda exige a observância da Halachá e de alguns costumes que, por interferência da vida moderna, vão sendo afastados.

Assim, no Norte do Brasil, onde há a maior concentração de sefaraditas de origem marroquina, ainda hoje é usual enterrar as pessoas apenas envoltas na mortalha, É importante ressaltar que uma tradição marroquina muito respeitada é o costume de não ir direto para casa, quando se sai do Cemitério. Assim se torna obrigatório descer do carro e dar uma parada, seja para tomar um café, comprar um jornal, dar uma esmola ou qualquer outra coisa. Dizem que a observância desse princípio faz com que o Malach Hamavet (Anjo da Morte) não nos siga.

Leia também: Judeus marroquinos


Postar um comentário

0 Comentários
* Please Don't Spam Here. All the Comments are Reviewed by Admin.

Top Post Ad

Below Post Ad

Ads Section