Acesso à Esplanada foi fechado após ataque na última sexta. Detectores foram instalados como medida de segurança.
Os muçulmanos mantêm nesta segunda-feira (17) seu desafio às autoridades de Israel e se negam a entrar na Esplanada das Mesquitas como protesto contra as novas medidas de segurança, que incluem passar por um detector de metais, impostas após o atentado da última sexta-feira.
Os fiéis palestinos oraram novamente nesta segunda do lado de fora da cidade murada, respondendo assim ao chamado de Mohamed Hussein, o grande mufti de Jerusalém (jurista muçulmano cujas decisões podem ter valor de lei) e outras autoridades islâmicas de se negar a acatar as ordens de segurança e passar pelos detectores.
O objetivo era mostrar sua oposição às "forças ocupantes" por se tratar da zona leste da cidade, ocupada por Israel em 1967 e posteriormente anexada, algo nunca reconhecido pela comunidade internacional.
O acesso ao terceiro local mais sagrado do Islã, que está no centro do conflito entre Israel e os palestinos, foi fechado pelas autoridades israelenses após um ataque na sexta-feira cometido por três árabes israelenses que mataram dois policiais na Cidade Velha de Jerusalém Oriental. Finalmente, o local foi reaberto no sábado, sob protesto dos palestinos.
Durante a oração de meio-dia, policiais dispersaram dezenas de fiéis que haviam bloqueado a estrada para a Porta dos Leões, contígua à esplanada, e o porta-voz da polícia Micky Rosenfeld contou à Efe que "as medidas de segurança continuarão".
Durante a tarde, os agentes intervieram de novo na mesma área, adjacente ao local sagrado, quando dezenas de fiéis se mantinham em frente às muralhas da cidadela à espera da oração.
O secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina e ex-candidato presidencial, Mustafa Barghouti, que estava presente no protesto junto ao mufti, foi levado a um hospital "por uma lesão com uma bomba de som", segundo o Crescente Vermelho, que informou sobre enfrentamentos entre jovens e forças de segurança.
Medidas de segurança
No total, cinco portas com detectores de metal foram reabertas. "Estamos trabalhando para instalar detectores em todos os acessos", garantiu a polícia israelense.
A polícia afirmou que centenas de pessoas entraram nesta segunda-feira no recinto, entre eles, segundo o portal de notícias israelense "Ynet", o primeiro grupo de judeus desde a última sexta-feira, que podem visitar, mas não rezar no local, que está sob custódia da Jordânia.
O governo de Israel insiste em apoiar as novas medidas, que incluem o aumento das câmeras de segurança e o estabelecimento de postos militares aleatórios nas ruas de acesso à Cidade Velha, onde mudam constantemente o perímetro de segurança e as restrições de passagem.
Ponto sensível
O recinto sagrado é um dos pontos políticos e religiosos mais sensíveis no conflito palestino israelense.
O denominado pelos muçulmanos como Nobre Santuário, abriga a Mesquita de Al-Aqsa e a Cúpula da Rocha e é o terceiro local mais sagrado para o islã (após Meca e Medina), enquanto que para o judaísmo é o mais sagrado, denominado Monte do Templo e abriga aos seus pés o principal local de culto judeu, o Muro das Lamentações.