Gabbay e a filha |
Empresário novato na política é eleito líder do Partido Trabalhista israelense.
O Partido Trabalhista israelense elegeu nesta segunda-feira como o seu novo líder o homem de negócios e novato na política Avi Gabbay, um moderado favorável à criação de um Estado palestino.
Gabbay, que se uniu ao partido em dezembro, obteve 52% dos votos, contra os 47% recebidos por Amir Peretz, informou um comunicado do grupo.
Em sua página do Facebook nesta segunda-feira, Gabbay prometeu ser a encarnação "da esperança e da mudança".
Seu perfil de homem de negócios, de tendência política moderada e sua origem sefardita - judeu oriental - constituíram uma mistura que seduziu os eleitores trabalhistas, em busca de uma mudança na orientação de um grupo que perdeu o protagonismo de antes.
Efetivamente, o Partido Trabalhista foi a principal força política do país entre a criação de Israel em 1948 até a ascensão ao poder da direita liderada pelo Likud em 1977.
Sua influência diminuiu muito durante os últimos 25 anos, período no qual teve 10 líderes diferentes, e o último primeiro-ministro trabalhista de Israel foi Ehud Barak, entre 1999 e 2001.

A experiência desse recém-chegado à política se limita a apenas três anos, quando entrou em 2014 para um novo partido de centro-direita, que com sua aliança com o Likud em 2015 conseguiu entrar para o governo de Benjamin Netanyahu como ministro do Meio Ambiente.
No entanto, Gabbay permaneceu no cargo pouco mais de um ano e, em 2016, renunciou e se juntou ao Partido Trabalhista, onde em somente sete meses conseguiu a liderança do principal grupo opositor.
De origem humilde, Gabbay cresceu em um bairro pobre de Jerusalém, local para onde sua família foi após sair do Marrocos.
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Shelly e Gabbay na apuração |
O novo líder trabalhista, de 50 anos, casado e pai de três filhos, até agora militou pela criação de um Estado palestino vizinho a Israel, ainda que desmilitarizado.
Também propôs a troca de territórios com os palestinos, a fim de integrar em Israel as colônias construídas na Cisjordânia.
"O conflito [palestino-israelense] pode ser resolvido [...]. Nos falta uma liderança valente e determinada, que não se interesse pelos efeitos de golpes publicitários e que não semeie a divisão", declarou Gabbay, que insiste em sua prioridade de melhorar a situação econômica dos palestinos.