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Associações feministas defendem zona de oração mista no Muro das Lamentações

Anat Hoffman - Coisas Judaicas

JERUSALÉM - O telefone da rabina Anat Hoffman não tem descanso. Não para de anotar reuniões em sua agenda lotada desde que o governo do premier israelense Benjamin Netanyahu decidiu “congelar” o histórico acordo assinado com a associação Nasot HaKotel (Mulheres do Muro das Lamentações), dirigida pela líder religiosa, para criar uma zona de oração comum entre homens e mulheres. Hoffman e o restante das rabinas lutam junto a setores da diáspora pela igualdade de condições na hora de rezar no Muro, um dos locais mais sagrados do Judaísmo, em Jerusalém.
Em passagem recente ao Knesset (Parlamento israelense), Hoffman disse que “armou um show” ao trajar, diante dos deputados, as “roupas rídiculas” com que obrigam as mulheres a se vestir em certas ocasiões para horar no Muro das Lamentações e não vão vestidas “adequadamente”: uma espécie de sobrecamisa estampada e um pano azul para usar como saia.
— Mentiram para nós, dizem que congelam o acordo e que buscarão alternativas (para uma zona de oração mista) enquanto continuam as obras ao sul do Muro. Que obras? Nem sequer pediram licença ao assentamento — exclamou Anat Hoffman. — Nunca vão conceder. Eu sei bem. Durante 14 anos, fiz parte do Conselho. São mentirosos — declarou.
Há um ano e meio, as Mulheres do Muro conseguiram que o governo israelense se comprometesse a construir em área adjacente ao muro um lugar para que mulheres e homem pudesse orar juntos. Mas as obras da conhecida zona mista nunca começaram. Junto com representantes de movimentos reformistas e conservadores (moderados), aos quais pertencem a maioria dos judeus americanos, a associação de Anat decidiu por o assunto nas mãos da Justiça israelense.
O Tribunal Supremo pediu ao Executivo que expusesse antes de 25 de junho as razões pela qual ainda não havia implementado sua própria decisão. A resposta de Netanyahu — deixar o acordo em suspenso derrubou as esperanças das mulheres e dos reformistas que pretendem acabar com o monopólio dos ultraortodoxos no Muro. O governo, além disso, continua reconhecendo o rabinato ultrarreligioso como única autoridade capacitada para supervisionar as negociações com o judaísmo em Israel, e reforçou o poder dos ultraortodoxos, contra as aspirações das Mulheres do Muro e dos reformistas e conservadores.
— Não vamos ameaçar um corte de fundos. Isso seria normal para crianças de três anos. Chamaremos de novo o Tribunal Supremo para que obrigue (o governo) a cumpri o acordado. Esse será o primeiro passado. Nós buscamos a igualdade completa: que as mulheres possam ler a Torá no Muro, ou trajar o tefilin ou talit (atributos de oração reservados aos homens), anunciou Hoffman antes de lançar novo desafio ao monopólio dos rabinos:
— Aspiro a ocupar um posto entre quem dirige o Kotel e por que o muro é de todos.
Diante da crise gerada com a comunidade hebraica dos Estados Unidos, a Comissão Americana Israelense de Assuntos Públicos enviou uma delegação a Jerusalém. Um dos artífices do acordo que caiu por terra, Natan Sharansky, presidente do comitê executivo da Agência Judaica, alertou que, agora, o mais difícil será restaurar a confiança do primeiro-ministro israelense.

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