É prática comum homens judeus ultraortodoxos pedirem para não se sentarem ao lado de mulheres, incluindo nos aviões.
Tribunal decidiu que tal prática não é permitida.
Um tribunal israelense decidiu que os assistentes de bordo da companhia aérea El Al não podem pedir a mulheres para trocarem de lugar no avião por motivos religiosos, ou seja, para satisfazer pedidos de judeus ultraortodoxos, que evitam sentar-se ao lado de mulheres para não haver contacto físico.
A situação foi levada a tribunal por Renee Rabinowitz, agora com 82 anos, que em 2015 se viu nessa situação.
Rabinowitz voltava de uma visita a familiares, nos EUA, quando lhe foi pedido para trocar de lugar por um dos assistentes de bordo devido a um pedido de um homem que estava ao seu lado. Apesar de ter acedido, falou com um dos pilotos no fim da viagem para se queixar da situação. Foi-lhe dito então que, que a prática era aprovada pela empresa.
O costume de homens pedirem para as mulheres trocarem de lugar nos aviões para não haver contato físico é uma prática comum em voos para e de Israel.
Agora, a juíza Dana Cohen-Lekah decidiu que a prática é "discriminatória" e que "sob nenhuma circunstância um assistente pode pedir a um passageiro para sair do seu lugar porque a pessoa no lugar adjacente não se quer sentar ao seu lado devido ao seu gênero".
Num tribunal em Jerusalém, a juíza afirmou ainda que a prática vai contra todas as leis israelenses no que toca à legislação do país sobre discriminação.
Acrescentou que a situação é uma "transgressão direta".
Renee Rabinowitz sobreviveu to Holocausto, mostrou-se contente com a decisão e nem sequer pensava que esta seria tomada imediatamente. "Não pensava que a juíza fosse fechar já o caso. Era só suposto ser uma audição preliminar. Estou muito contente com o veredicto", disse, segundo o Guardian.
"Espero que a El Al leve o veredicto a sério. E estou ansiosa para que num futuro voo com a El Al eu possa testemunhar um momento em que um homem ultraortodoxo diga que não se senta enquanto uma mulher não trocar de lugar, e o assistente de bordo lhe diga que a lei não o permite", acrescentou.