
Milhares
de palestinos decidiram nos últimos três anos fugir do regime ditatorial do
Hamas em Gaza.
Eles saem de lá pelos túneis que ligam o território ao Egito e,
em sua maioria, vão para a Grécia. Segundo um refugiado entrevistado pelo
jornal Haaretz em Atenas, cerca de 6.000 refugiados palestinos vivem na capital
grega, sendo a maioria de Gaza. É difícil checar este número, afirma o jornal,
porque muitos dos palestinos compraram passaportes sírios falsificados para
acelerar o processo de asilo.
O Centro de Recursos Badil para
Residência Palestina e Direitos dos Refugiados, que rastreia o movimento de
refugiados palestinos em todo o mundo, acredita que o número de refugiados é
ainda maior. Segundo uma agência europeia de apoio ao asilo, há mais de 45 mil
refugiados palestinos na Grécia, a maioria deles fosse proveniente da Síria. A
agência diz que o número dos que vêm diretamente de Gaza é de no mínimo 4.500.
Não está claro porque muitos
refugiados não estão registrados nas agências oficiais de ajuda; este registro
garante um pequeno subsídio de de 190 euros por mês e ajuda na obtenção de uma
autorização de residência. “A travessia para o Egito é muito cara. Tenho amigos
que tiveram que pagar US$ 2.500 a US$ 3.000 aos comandantes egípcios na
travessia de Rafah para deixá-los passar ", diz um refugiado.
Para o Hamas e os egípcios, essa
travessia é muito lucrativa. “Para sair via Rafah, fronteira de Gaza com o
Egito, é preciso se registrar e pagar ao Hamas para entrar na lista de espera.
Antes de eu sair, mais de 25 mil residentes de Gaza haviam se inscrito”,
prossegue o refugiado. Muitos palestinos que fugiram foram torturados pelo
Hamas. Um cartunista que expunha sua obra em Gaza foi preso e torturado, porque
o grupo terrorista não gostou de seus cartuns e o proibiram de desenhar.
Depois de ser ferido gravemente, foi
levado a um hospital onde ficou mais de um mês. Outro refugiado mostrou uma
cicatriz profunda na perna, resultado da tortura do Hamas em uma prisão do
território. Ele tentou cometer suicídio, mas os guardas o impediram. “Gaza está
à beira da guerra civil e ninguém sabe o que acontece lá. Ninguém está
interessado”, afirma.
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