Por mais de três décadas, Grossman
foi um crítico das políticas israelenses em relação aos territórios ocupados em
1967 (Foto: Wikimedia).
No
dia 14 de julho, David Grossman, um dos mais célebres autores de Israel recebeu
o prêmio internacional Man Booker pela obra “A Horse Walks Into a Bar”. Na
pequena lista de candidatos também estava o israelense Amos Oz.
Para
um país tão pequeno, onde políticos normalmente divulgam qualquer elogio
internacional, a resposta foi diferente desta vez. O primeiro-ministro Benjamin
Netanyahu demorou 24 horas para postar uma única frase de congratulatória.
Este
é um indicativo de uma guerra fria entre nacionalistas de direita e a elite
cultural, simbolizada por Grossman, que pende para a esquerda. Em 2015,
Grossman foi um dos escritores que renunciou a candidatura ao Prêmio Israel de
Literatura quando Netanyahu tentou remover alguns jurados que ele considerava “anti-sionista”.
Por mais de três décadas, Grossman foi um crítico das políticas israelenses em
relação aos territórios ocupados em 1967.
A
britânica Jessica Cohen, que dividiu o prêmio de 50 mil libras com Grossman por
traduzir o livro do hebreu para o inglês, disse que doaria metade de seu prêmio
para o B’Tselem, um grupo de direitos humanos israelense. Esta foi uma
repreensão a Nethanyahu. Recentemente, o primeiro-ministro disse que apoiaria
uma lei que evitaria que estes grupos recebessem dinheiro de governos
estrangeiros.