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Kotel - Coisas Judaicas |
Governo israelense decidiu anular a
criação de uma área mista de oração no Muro das Lamentações em Jerusalém
Um grupo de individualidades judaicas
cancelou hoje um evento com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em protesto
contra a decisão do Governo israelense anular a criação de uma área mista de
oração no Muro das Lamentações em Jerusalém.
A decisão reflete a clivagem
crescente entre Israel e a diáspora judaica, sobretudo a norte-americana, sobre
como o judaísmo deve ser praticado em Israel. A maior parte dos judeus
norte-americanos faz parte da corrente mais liberal do judaísmo e sente-se
alienada pelas autoridades israelenses ultra-ortodoxas, que questionam a sua fé
e práticas.
O conselho de governadores da Agência
Judaica para a Terra de Israel, uma poderosa instituição sem fins lucrativos
que trabalha em conjunto com o Governo israelense para servir as comunidades
judaicas em todo o mundo, anunciou que cancelou um jantar com o Netanyahu e
alterou a agenda dos seus encontros anuais em resposta à crise.
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A decisão do Governo, tomada este
domingo, motivou uma sucessão de críticas tanto em Israel como no estrangeiro,
onde vários líderes judaicos, incluindo o presidente da Agência Judaica, Natan
Sharansky, avisaram que poderá comprometer um muito antigo apoio político,
financeiro e emocional de Israel.
Dennis Ross, antigo negociador
diplomático norte-americano e atual presidente do Jewish People Policy
Institute, manifestou o receio de que os judeus norte-americanos já não sintam
Israel como a sua casa.
"Somos um povo pequeno. Em certo
sentido, estamos todos na mesma casa, ninguém devia ser excluído e ninguém
devia decidir se os outros são ou não judeus", afirmou, de acordo com a
agência Associated Press, Dennis Ross em declarações à estação de rádio das
forças armadas israelenses. "É perigoso que sejam dados aqui passos que
possam alienar a vasta maioria dos judeus", acrescentou.
A decisão do executivo israelense de
rasgar os planos de criação de uma área de oração mista para homens e mulheres
junto ao Muro deita por terra três anos de negociações entre grupos judaicos
liberais israelenses e norte-americanos, que resultaram num acordo assinado em
janeiro de 2016 e foi visto na altura como um marco na promoção do pluralismo
religioso em Israel.
A criação da área mista de oração
junto ao local mais sagrado do judaísmo nunca foi implementada devido ao
boicote dos poderosos membros ultraortodoxos da coligação governamental israelense,
que tinham, eles próprios, apoiado a decisão.