Rússia, Irã e Turquia assinaram um acordo para criar zonas de exclusão na Síria e, assim, isolar grupos terroristas no país afetado pela guerra. Moscou propõe colocar países não envolvidos diretamente no conflito para fazer parte de operações de paz e o Brasil foi mencionado como alternativa, uma vez que a missão do País no Haiti está chegando ao fim.
Além das tropas brasileiras, foram mencionadas como possibilidades as da Índia e de países do ex-bloco soviético, como o Casaquistão. Pelo projeto elaborado em Astana, no Casaquistão, apoiado pelo governo de Bashar Assad, quatro “zonas desmilitarizadas” seriam criadas e monitoradas por soldados de uma missão internacional. Um fator que impede a concretização desse acordo é sua rejeição pela oposição síria.
Os rebeldes alegam que as zonas de exclusão seriam indícios de que o país poderia ser dividido em zonas de influência entre iranianos, turcos e russos. As áreas estariam na província de Idlib, em Ghouta, no norte de Homs e na fronteira entre a Síria e a Jordânia. Atividades militares nessas áreas apenas poderiam ocorrer contra grupos considerados terroristas. Staffan de Mistura, o mediador das Nações Unidas para a questão da Síria, declarou que o acordo era “um passo na direção certa” e que anúncio era “de extrema importância”.
As zonas de exclusão seriam usadas para permitir que pessoas possam se refugiar de conflitos e receber ajuda humanitária. A esperança do mediador da ONU é de que os primeiros passos comecem a ser tomados antes de meados do ano. Embora De Mistura tenha manifestado apoio ao acordo, qualquer envio de tropas ainda teria de passar pelo crivo do Conselho de Segurança da organização.
O presidente da Turquia, Recep Erdogan, indicou que as zonas de exclusão teriam potencial para “resolver 50% da guerra”. O presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a mencionar a possibilidade.