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Quantos judeus teria de matar para vingar a morte do meu irmão?

Quantos judeus teria de matar para vingar a morte do meu irmão?
Ali Abu Awwad 


“Quantos judeus teria de matar para vingar a morte do meu irmão?”

 O palestino Ali Abu Awwad é um dos ativistas mais empenhados na promoção de uma solução não violenta com o Estado de Israel.
O palestino Ali Abu Awwad é um dos ativistas mais empenhados na promoção de uma solução não violenta com o Estado de Israel.

Numa altura em que o grupo islâmico Hamas flexibilizou a sua posição face a Tel Aviv, retirando dos seus estatutos a vontade de “destruir Israel”, o Contacto falou com Ali Abu Awwad, ex-membro do Fatah, o outro grupo islâmico palestino, que optou pela não violência e se diz determinado em quebrar “o ciclo do ódio”.


O palestino Ali Abu Awwad é um dos ativistas mais empenhados na promoção de uma solução não violenta com o Estado de Israel. 

Ali Abu Awwad tinha 15 anos quando pegou nas armas pela primeira vez, para combater nas fileiras do Fatah, durante a primeira Intifada (sublevação contra Israel), em 1987. Foi numa prisão israelita que decidiu abraçar a não violência, em 1993, mas o assassinato do seu irmão, Youssef, abatido por um soldado israelita em 2001, obrigou Ali a ir ainda mais longe.

 “Quantos judeus teria de matar para vingar a morte do meu irmão? Foi então que percebi que a única forma de quebrar o círculo do ódio era começar a falar com o outro lado.”


Hoje, aos 45 anos, Ali Abu Awwad é um dos mais destacados representantes de uma nova geração de ativistas palestinos que se inspiram nos ensinamentos de Gandhi, Martin Luther King e Nelson Mandela. Empenhado em criar uma frente palestina de resistência não violenta, está profundamente convencido de que a paz só será possível quando os judeus se libertarem do medo. “A história do povo judeu é uma série horrível de experiências traumáticas e temos de ajudá-los a libertarem-se do medo. Não são eles os nossos inimigos, mas sim o medo que os determina e eu recuso continuar a ser vítima desse medo”, disse ao Contacto em Genebra, onde participou recentemente no debate “Israelitas e palestinos contra a ocupação”, no âmbito do Festival do Filme e Fórum Internacional sobre os Direitos Humanos (FIFDH).

Ali Abu Awwad nasceu em 1972, perto de Hebron, do lado palestino, numa família muito envolvida na política. Ouvia contar como tinham sido obrigados em 1948 a deixar as terras e a localidade de Al-Qubayba, onde viviam destruídas pelo exército israelita. A mãe estava ligada ao Fatah e eram frequentes as visitas dos soldados e as cenas de brutalidade quando queriam obter informações sobre palestinos envolvidos em operações anti-Israel. Ativo na Intifada que deflagrou em dezembro de 1987, Ali atirava pedras e cocktails molotov às tropas israelitas. Com 18 anos, em 1990, foi condenado a dez anos de prisão. Cumpriu quatro, tendo sido libertado na sequência dos Acordos de Oslo (1993).

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