
No próximo dia 22, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aterrisa em Israel para sua primeira visita oficial ao país. Trump será o sexto presidente americano a visitar a Terra Santa.
Mas o que parece ter ares de tradição, a visita dos presidentes americanos ao Estado judeu, desde sua criação em 1948, não são tão frequentes. Richard Nixon foi o primeiro em 1974, seguido por Jimmy Carter em 1979.
Os israelenses consideram a chegada do presidente Bill Clinton ao país, em 1994, uma ocasião histórica. Seus dois antecessores, George Bush e Ronald Reagan, não visitaram Israel enquanto estiveram na presdência dos Estados Unidos.
Bill Clinton pousou em Tel Aviv em outubro de 1994, quase dois anos depois de entrar na Casa Branca. A razão para a visita foi a assinatura do acordo de paz entre Israel e a Jordânia. O foco da viagem era a paz. Além do tratado, o ex-presidente americano também quis ver de perto como estavam as conversas com os palestinos, já que acordo de Oslo tinha sido assinado um ano antes, e ainda teve fôlego para iniciar tentivas de negociações entre Israel e a Síria. Clinton fez um discurso na Knesset, o parlemento israelense. Na sua fala, o então presidente disse que a região deveria focar em oportunidades para a paz, e deixou claro qual seria a participação dos Estados Unidos nos processos.
Mais de duas décadas se passaram, e o problema não foi resolvido. Donald Trump agora coloca-se como o “salvador da pátria” e já disse que está disposto a acabar de uma vez por todas com disputa entre árabes e judeus. Só que o momento, diferente da época em que Clinton esteve em Jerusalém, é bem diferente e muito mais complicado. Em 1994, Bill Clinton chegou quando o processo de paz avançava com algum sucesso. Trump certamente vai chegar à região com a esperança de reiniciar as conversas.
Clinton esteve em Israel outras três vezes como presidente, e também se tornou o primeiro líder americano no poder a visitar a Autoridade Palestina, em 1998. Seus sucessores, Bush e Obama, fizeram o mesmo.
George Bush visitou Israel duas vezes durante seu período na presidência, entre 2001 e 2009, mas diferente de Clinton, só chegou ao Estado judeu no seu último ano na Casa Branca. A principal razão para o delay era o líder da Autoridade Palestina na época, Yasser Arafat, que Bush considerava um terrorista. E ele não queria visitar Israel sem passar pelos territórios palestinos. A visita só ocorreu em 2008, e assim como Clinton, Bush se encontrou com o presidente da Autoridade Palestina em Ramala, na Cisjordânia. A rota do comboio que levava Bush foi minunciosamente estudada para que os carros nem sequer passasem próximos ao mausoléo de Yasser Arafat. Com Trump será diferente, já que o encontro com Mahmoud Abbas será em Belém.
Cinco anos depois da última visita de George Bush a Israel, o presidente Barack Obama chegou em março de 2013. Obama esteve no país em 2008 durante sua campanha presidencial e deixou uma imagem positiva entre os israelenses. Mas tudo mudou em 2009, quando fez um tour pela região e excluiu Israel de seu itinerário. O presidente americano até que tentou implementar um plano de paz entre israelenses e palestinos entre 2013 e 2014, mas o acordo nuclear assinado entre as potências mundias e o Irã, patrocinado pelo governo Obama, deixou Barack “queimado” entre os israelenses, e sua visita ao Estado judeu foi vista como um fracasso.
A agenda de Donald Trump em Israel e nos territórios palestinos ainda não está completamente fechada. Mas já está claro que o presidente americano vai se intrometer no processo de paz. Espera-se que nesses dois dias na Terra Santa o caminho para diálogo possa ser reestabelecido e possa ir além das cerimônias e discursos.