Comunidade israelita celebra 69 anos da
independência do país com comidas e danças típicas
MARIANA NOGUEIRA
Música e
danças típicas, oficinas, artigos tradicionais e produtos de uma culinária
peculiar trouxeram um pedaço de Israel para Belo Horizonte. Na tarde desse
domingo (28), reunidos na praça Estado de Israel, no bairro Mangabeiras, na
região Centro-Sul da capital, membros da comunidade judaica de Minas expuseram
suas tradições milenares na 26ª Festa de Israel, que celebrou os 69 anos da
independência do país.
Entre 4.000 e
5.000 judeus vivem atualmente em Belo Horizonte, em aproximadamente mil
famílias, segundo estimativa do presidente da Federação Israelita do Estado de
Minas Gerais (Fisemg), Salvador Ohana.
“Temos uma boa
quantidade de descendentes judeus em Minas Gerais. A importância dessa festa é
justamente incentivar os laços entre a comunidade e mostrar que existe amizade
entre brasileiros e judeus”, destacou Ohana.
Entre os
destaques da Festa de Israel está o famoso Falafel, pão árabe com bolinhos de
grão de bico, pasta de gergelim e salada, uma das iguarias mais procuradas na
celebração. “É um prato sempre presente em nossas mesas. Tem uma importância
muito grande para a nossa cultura”, explicou Cláudia Yarochewsky, 48,
representante da barraca da Escola Theodor Herzl, única judaica da capital.
Os doces
também compuseram a mesa montada pelas mães de alunos da instituição. Segundo
Luciana Waisberg, 35, o bolo de mel é um dos produtos mais especiais da mesa
judia. “Nós comemos o bolo de mel, principalmente, no ano novo judaico. Ele
representa o nosso desejo de ter um ano bom e doce”, contou.
Visita
ilustre. Há dois
meses no Brasil, o novo embaixador de Israel, Yossi Shelley, tem feito viagens
pelo país para conhecer as comunidades israelitas e também compareceu a festa
em Belo Horizonte. “É importante que eventos assim aconteçam para que exista
uma defesa dos judeus. É uma boa oportunidade para que quem não conheça veja
como a comunidade vive”, avaliou.
Além da
culinária típica, os alunos da Escola Theodor Herzl também fizeram pequenas
apresentações no decorrer do evento. Uma delas foi encenada pelos irmãos Daniel
e Fabiana Pollack, que fizeram os avós, Mira e Jacky Kairsch, virem de São
Paulo para assistir a apresentação. “Já tem três anos que comparecemos a festa.
É interessante porque nós percebemos aqui em Minas Gerais um movimento
crescente de pessoas que perderam as raízes judias mas que querem voltar a
religião de Israel”, comentou Jacky.
Tefilim
Sagrado. O
rabino Nissim Katri, 55, erradicado em Minas há 30 anos, expôs em uma barraca o
Tefilim, objeto de devoção que deve ser utilizado pelos judeus entre o nascer e
o pôr do sol.
DEFESA PESSOAL
Luta. A festa também
teve uma exibição de técnicas de Krav Magá, sistema de combate desenvolvido
pelo exército de Israel.
Sobrevivência. Segundo um dos 12 instrutores da luta em BH,
Cristiano Moravia, o Krav não tem ligação com religião, mas é totalmente ligado
a Israel porque surgiu como necessidade de sobrevivência dos soldados de lá.