Um grupo de cerca de 150 pessoas protestou na noite desta segunda-feira em frente Ć Hebraica, em Laranjeiras, contra a participaĆ§Ć£o do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em uma palestra no clube. O convite ao deputado, alvo de processos na CĆ¢mara por incitaĆ§Ć£o ao estupro e apologia Ć ditadura militar, causou revolta na ala mais progressista da comunidade judaica. O evento Ć© fechado para convidados.
Os manifestantes levaram cartazes contra o deputado e gritaram palavras de ordem como: “Judeu e sionista nĆ£o apoia facista”, "quem permite torturar se esquece da shoĆ” e “pela vida e pela paz, tortura nunca mais”. Ćs convidadas mulheres, o grupo gritava: "ei, mulher, ele apoia o estupro".
Em um dos momentos mais fortes do protesto, articulado por movimentos juvenis da comunidade judaica, uma pessoa gritou nomes de judeus mortos na ditadura, como o jornalista Vladimir Herzog e a psicĆ³loga Iara Iavelberg, e os manifestantes respondiam: presente.
O presidente do clube no Rio, Luiz Mairovitch, convidou Bolsonaro apĆ³s o deputado ter sido vetado em evento similar no clube de SĆ£o Paulo, apĆ³s polĆŖmica entre integrantes da comunidade. Grupos favorĆ”veis e contra o deputado de extrema direita, provĆ”vel candidato a presidente em 2018, chegaram a criar abaixo-assinado na internet para defender e condenar a iniciativa.
- Isso nĆ£o Ć© disputa entre direita e esquerda. Se tem um povo que sabe o que Ć© sofrer com governos autoritĆ”rios que nĆ£o respeitam minorias, esse povo Ć© o povo judeu. O que mais dĆ³i Ć© ver que tem judeus sem memĆ³ria, que nĆ£o entenderam nada da ShoĆ” (genocĆdio judeu) - defende a gerente de marketing Mila Chaseliov.
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